"Colômbia, México e Honduras estão a convocar uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros para o dia 17 (...) para discutir as implicações para a região da América Latina e Caraíbas e como podemos unificar posições em relação ao diálogo que vamos ter com a administração do Presidente Donald Trump", explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros colombiano, Luis Gilberto Murillo, em declarações à imprensa.
Segundo Luis Gilberto Murillo, a reunião será realizada na Cidade do México, onde alguns ministros participarão pessoalmente e outros deverão participar à distância.
"A chegada do presidente Trump gera muitas expectativas em toda a região. Esperamos encontrar pontos de trabalho comuns", acrescentou o ministro.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, revelou na sua conferência no início de janeiro que conversou com sua homóloga hondurenha e Presidente pro-tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Xiomara Castro, sobre uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros para abordar os desafios da migração diante da chegada de Trump.
A presidente hondurenha ameaçou recentemente retirar as bases americanas se Trump efetuar deportações em massa.
Claudia Sheinbaum sublinhou a importância de "dar continuidade" à conferência sobre questões migratórias realizada em outubro de 2023, na cidade mexicana de Palenque, que contou com a participação de representantes de mais de uma dezena de países da região.
"Apresentámos a ideia de que em janeiro os ministros dos Negócios Estrangeiros de vários países se pudessem reunir para discutir a questão da migração e a forma como cooperamos entre os países da América Latina e das Caraíbas para abordar a migração na perspetiva das causas", adiantou a Presidente mexicana, sem dar mais detalhes.
"Temos alguma preocupação, não só a Colômbia mas a região, com o que tem sido dito sobre a relação com o México, o que tem sido dito sobre o Panamá, sabemos das declarações sobre o Canadá", disse Luis Gilberto Murillo, justificando a reunião tendo em conta as últimas declarações de Trump sobre o que poderá tentar fazer na sua política externa.
O Presidente-eleito dos EUA já atacou o México, afirmando que o seu vizinho do sul é "essencialmente dirigido por cartéis" e que "está realmente em apuros, é um lugar muito perigoso"
Trump, que toma posse no dia 20 de janeiro, também manifestou recentemente a sua vontade de recuperar o canal do Panamá.
"O Canal do Panamá é vital para o nosso país. É explorado pela China. Nós demos o canal ao Panamá, não à China, e eles abusaram dessa dádiva. Essa decisão nunca deveria ter sido tomada", reiterou Trump na semana passada.
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