"As conversações de paz, que foram organizadas para encontrar uma solução pacífica e duradoura para o conflito devastador na região do Tigray, começaram hoje, 25 de outubro, e terminarão a 30 de outubro", disse o porta-voz do Presidente sul-africano, Vincent Magwenya, numa conferência de imprensa.
As conversações, realizadas sob a égide da União Africana (UA), surgem depois de os combates terem sido retomados no final de agosto, após uma frágil trégua de cinco meses que alarmou a comunidade internacional, preocupada com as consequências humanitárias do conflito.
As conversações "estão de acordo com os objetivos de política externa da África do Sul, que procuram um continente seguro e sem conflitos", disse Vincent Magwenya, citado pela agência France-Presse.
A equipa de mediação inclui o alto representante da UA para o Corno de África, e os ex-presidentes nigeriano Olusegun Obasanjo, queniano Uhuru Kenyatta e sul-africano Phumzile Mlambo-Ngcuka, acrescentou.
A comunidade internacional tem manifestado a sua preocupação com a recente intensificação dos combates no Tigray, sob cerco pelas forças federais etíopes, apoiadas ao norte pelo exército da Eritreia - país que faz fronteira com a fronteira norte de Tigray - e ao sul por tropas de regiões etíopes vizinhas.
As forças etíopes e eritreias conquistaram na segunda-feira, após vários dias de bombardeamentos, Shire, uma das principais cidades do Tigray, com cerca de 100.000 habitantes antes da guerra e que acolheu muitas pessoas deslocadas pelo conflito.
Na passada segunda-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, disse que a situação na Etiópia estava a ficar "fora de controlo".
O preço desta guerra mortal, que decorre em grande parte longe de observadores independentes, com jornalistas impedidos de aceder à região, é desconhecido.
Sabe-se que provocou o deslocamento de mais de 2 milhões de pessoas e atirou centenas de milhares de etíopes para uma situação de quase fome e sem assistência humanitária, segundo a ONU.
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