Mais de 1.100 venezuelanos no Panamá à espera para regressar à Venezuela
Mais de 1.100 venezuelanos em situação irregular estão num centro de abrigo do Panamá, à espera para conseguir voo de regresso à Venezuela, enquanto no México centenas deles estão a solicitar refúgio para evitar que sejam deportados.
© Reuters
Mundo Venezuela
A imprensa venezuelana dá conta de que ambas as situações ocorrem depois de em 12 de outubro último os EUA imporem restrições que impedem a entrada por terra de migrantes venezuelanos, sob ameaça de deportação imediata para território mexicano.
No domingo, o Panamá encerrou a fronteira terrestre com a Costa Rica para impedir o regresso, a pé, de venezuelanos que atravessaram a perigosa Selva de Darién, mas viram frustrada a tentativa de entrar nos EUA.
Entretanto, as autoridades panamianas anunciaram que permitirão aos venezuelanos que regressem a Caracas por via aérea, desde que apresentem os seus documentos de identidade e paguem o bilhete de avião.
No entanto, segundo a imprensa local, os venezuelanos queixam-se que o preço do bilhete tem subido de preço, estando atualmente pelos 280 dólares norte-americanos, o que tem forçado muitos deles a pedirem ajuda à embaixada da Venezuela na cidade do Panamá.
Num breve comunicado, a administração do Aeroporto Internacional de Tocumen (Panamá) afirma que está a tentar "atender dignamente e preservar a ordem face à chegada em massa de cidadãos migrantes venezuelanos, que estão a tentar regressar ao seu país por via aérea".
Estes migrantes irregulares estão a ser retirados do aeroporto em autocarros e levados para um abrigo temporário montado na embaixada da Venezuela, que lhes outorga salvos-condutos e apoio para que possam sair do Panamá por via aérea.
Segundo a ministra de Relações Exteriores do Panamá, Janaina Tewaney, pelo menos 635 venezuelanos já regressaram ao seu país através de voos 'charters' desde a passada sexta-feira.
Por outro lado, no sul do México, centenas de venezuelanos chegaram a Tapaachula, cidade fronteiriça com a Guatemala, pedindo estatuto de refugiados para evitarem ser deportados para a Venezuela.
Estes migrantes estão a ser apoiados pela Comissão Mexicana de Ajuda a Refugiados (Comar), organismo que tem insistido junto do Instituto Nacional de Migração do México para que lhes seja concedido "visto por razões humanitárias".
Grupos de venezuelanos, em família e com crianças, disseram aos jornalistas que lhes foi marcado atendimento para finais do primeiro semestre de 2023, o que teria originado protestos e pedidos de ajuda de pessoas com problemas de saúde.
Dados não oficiais dão contra que entre janeiro e setembro desde ano o México registou 8.665 pedidos de refúgio de venezuelanos.
Em 05 de setembro último, a Plataforma de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), da ONU, subiu de 6,15 milhões para 7,1 milhões o número de venezuelanos que nos últimos anos abandonaram o seu país fugindo da crise política, económica e social local.
Os dados da R4V dão conta que 5.960.556 venezuelanos estão agora radicados em países da américa Latina e Caraíbas.
A Colômbia continua a ser atualmente o país da região com maior número de migrantes e refugiados venezuelanos, com 2,48 milhões, seguindo-se o Peru (1,49 milhões), o Equador (502,2 mil), o Chile (448,1 mil) e o Brasil, com 358,4 mil.
No Panamá estão radicados 144.500 venezuelanos, na Costa Rica 30.100 e no México 82.900.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democráticas.
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