"Mais de 50 mísseis de cruzeiro X-101/X-555 foram lançados utilizando aviões Tu-95 e Tu-160" do norte do Mar Cáspio e da região russa de Rostov, disse a Força Aérea ucraniana na rede social Telegram, citada pela agência francesa AFP.
Os militares ucranianos disseram ter destruído 44 dos mísseis russos, segundo a agência espanhola EFE.
A presidência da Ucrânia tinha alertado para a possibilidade de novos ataques russos contra as instalações de energia do país.
Esta nova onda de bombardeamentos segue-se a um ataque contra a frota russa do Mar Negro em Sebastopol, na madrugada de sábado, que a Rússia atribuiu às forças ucranianas.
Na sequência desse ataque, Moscovo suspendeu o acordo sobre as exportações de cereais dos portos ucranianos, que tinha assinado, em julho, com as Nações Unidas e a Turquia.
A Rússia já tinha bombardeado em grande escala a infraestrutura de energia da Ucrânia depois de um ataque contra a Ponte da Crimeia, em 08 de outubro, que Moscovo atribuiu aos serviços secretos ucranianos.
A Ucrânia não assumiu a responsabilidade pelos ataques na Crimeia e na base da Frota do Mar Negro.
A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014.
Sebastopol situa-se na Crimeia, mas tem o estatuto de cidade autónoma na Federação Russa, sendo a base da Frota do Mar Negro.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a anexação da Crimeia nem a das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, já realizada pela Rússia na sequência da invasão do país vizinho, em 24 de fevereiro deste ano.
O chefe do gabinete presidencial da Ucrãnia, Kyrilo Tymoshenko, também apontou os ataques russos de hoje, que atingiram várias regiões do país, noticiou a EFE.
Foram assinalados ataques a instalações críticas na região de Kirovohrad (centro-sul), bem como em Vinnytsia (centro), enquanto na região de Lviv (noroeste) as defesas antiaéreas neutralizaram vários mísseis russos, disserem os meios de comunicação social ucranianos.
Foram também relatados ataques na região de Zaporijia (sudeste), onde se encontra a maior central nuclear da Europa, e na região de Chernigiv (sudoeste).
O presidente da câmara de Kyiv, Vitali Klitschko, disse que vários distritos da capital ficaram sem eletricidade devido aos novos ataques russos.
Uma parte da capital estava também sem abastecimento de água potável hoje de manhã, segundo a agência Ukrinfrom, que cita fontes no gabinete do presidente da câmara.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de de imediato de forma independente.
Os novos ataques russos acontecem numa altura em que a Ucrânia efetua uma contraofensiva no sul e no leste do país, depois de ter recebido armamento dos seus aliados ocidentais.
A invasão russa da Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O bombardeamento deliberado das infraestruturas de energia na Ucrânia faz recear um agravamento das condições de vida no país em guerra com a aproximação do inverno.
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