Na sua mais recente avaliação diária sobre a guerra na Ucrânia, publicada no domingo à noite, o centro de estudos norte-americano considerou ser pouco provável que o presidente russo, Vladimir Putin, recorra a armas nucleares e promova um conflito direto com a NATO, embora insistindo na ameaça.
"É muito provável que Putin continue a insinuar a possibilidade de utilização nuclear tática russa e de ataques à NATO como parte do seu esforço para quebrar a vontade ocidental de continuar a apoiar a Ucrânia", disse o ISW.
O cenário de utilização da força tática nuclear só se colocaria, na ótica do ISW, com um "súbito colapso" das forças russas que permitisse às forças ucranianas fazerem "avanços descontrolados em todo o teatro de operações".
O ISW justificou estes cenários com a avaliação de que Putin vai continuar a enviar tropas mal preparadas para a Ucrânia após a mobilização de 300.000 reservistas, "em vez de parar as operações para reconstituir forças militares eficazes".
Por outro lado, "a teoria da vitória de Putin depende da utilização do inverno rigoroso para quebrar a vontade da Europa".
A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro deste ano, lançou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Além de um número de baixas militares e civis por determinar e de milhões de refugiados, a guerra também provocou uma crise energética na Europa, não só pela destruição de infraestruturas vitais, como em consequência das sanções contra Moscovo.
Vários analistas têm antecipado que a Rússia aposta que a crise energética torne difícil a vida dos europeus durante o inverno, levando a pressões para que os governos diminuam o apoio a Kiev e aliviem as sanções contra Moscovo.
Outra consequência da guerra é a subida de preços de bens essenciais e a perturbação dos mercados alimentares devido à suspensão das exportações ucranianas e russas de produtos agrícolas e de fertilizantes.
Na sua avaliação diária sobre a guerra, o Ministério da Defesa do Reino Unido também aludiu hoje ao envio de milhares de reservistas russos para a Ucrânia desde meados deste mês, "em muitos casos mal equipados".
O ministério britânico disse que imagens de satélite sugerem que os reservistas levam espingardas AKM, "uma arma introduzida pela primeira vez em 1959".
"Muitas estão provavelmente em condições pouco utilizáveis, após um armazenamento deficiente", disse o ministério, com base nos seus serviços de inteligência militar.
A AKM, segundo a mesma fonte, usa munições de 7,62 milímetros (mm), "enquanto as unidades de combate regulares da Rússia estão na sua maioria equipadas com espingardas AK-74M ou AK-12 de 5,45 mm".
Deste modo, as forças armadas russas terão de enviar dois tipos de munições de armas ligeiras para as posições da linha da frente, em vez de um, o que "irá provavelmente complicar ainda mais os sistemas logísticos já sob tensão da Rússia", acrescentou.
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