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AIEA iniciou investigação à denúncia russa sobre "bomba suja" ucraniana

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) iniciou as suas inspeções na Ucrânia, solicitadas por este país depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter acusado Kiev de apagar evidências da preparação de uma "bomba suja", divulgou hoje este organismo.

AIEA iniciou investigação à denúncia russa sobre "bomba suja" ucraniana
Notícias ao Minuto

22:15 - 31/10/22 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Os inspetores da AIEA "começaram - e em breve terminarão - a verificação das atividades de dois locais na Ucrânia", destacou, em comunicado, esta agência da ONU com sede em Viena.

No final desta semana, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, apresentará os resultados da missão para verificar se não houve desvios de material nuclear que poderiam ser usados numa "bomba suja".

Estas inspeções por especialistas da agência nuclear da ONU foram solicitadas pelo Governo ucraniano, depois de Moscovo ter acusado repetidamente Kiev de construir uma "bomba suja" atómica em dois locais.

"O objetivo das visitas de controlo é detetar qualquer possível atividade nuclear não declarada e materiais relacionados ao desenvolvimento de 'bombas sujas'", referiu a AIEA.

A Rússia tem acusado, desde 23 de outubro, Kiev de ter um alegado plano para usar na Ucrânia uma bomba convencional com material radioativo para desencadear uma resposta dos aliados ocidentais contra Moscovo, acusação que a Ucrânia tem negado repetidamente.

Uma bomba radioativa, ou 'bomba suja', consiste em explosivos convencionais cercados por materiais radioativos que são disseminados como pó no momento da explosão.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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