A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) garantiu, esta segunda-feira, que independentemente de o presidente do Brasil cooperar ou não a transição do governo acontecerá.
"Temos isso [a transição] estabelecido em lei. Essa lei nos dá guarida para fazer o desenrolar da transição, independente da participação do presidente ou quem quer que ele designe”, afirmou Gleisi Hoffmann em entrevista à GloboNews.
A também coordenadora de campanha explicou ainda que a equipa que vai participar nesta mudança de executivo ainda não está definida e explicou: "Até agora ainda não tivemos nenhum contacto do governo para iniciar tratativas. Vamos organizar-nos internamente", afirmou, acrescentando que se nas primeiras 48 horas após serem conhecidos os resultados não houver nenhum contacto, o PT vai dar o primeiro passo "para saber como proceder".
Os contactos com o presidente do Senado e o presidente da Câmara dos deputados já foram, no entanto feitos, de acordo com o que explicou à publicação. "É muito importante porque é o legislativo a manifestar-se", considerou.
Questionada sobre possíveis nomes para ministros, a deputada federal respondeu que ainda não estão a ser discutidos nomes para as pastas, e sublinhou que as pessoa sindicadas para a equipa de transição não farão necessariamente parte do governo de Lula.
Este processo é conhecido como transição e começa a partir do momento em que são conhecidos os resultados até à tomada de posse.
Jair Bolsonaro, que saiu, no domingo, derrotado com 49,10% dos votos contra Lula da Silva nas eleições presidenciais, está em silêncio desde que foram conhecidos os resultados.
Também esta segunda-feira, camionistas pró-Bolsonaro a manifestaram-se nas ruas de, pelo menos, 16 estados brasileiros. Indicações de que alguns deles se dirigiam para Brasília, a Polícia Militar encerrou a Esplanada dos Ministérios, onde já ocorreram manifestações pró-Bolsonaro.
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