Win Myint Hlain, de 52 anos, foi considerado culpado de oito crimes sob a Lei de Combate ao Terrorismo, disse uma fonte familiarizada com o processo sob condição de anonimato com receio de ser detida.
Alguns dos incidentes pelos quais foi condenado ocorreram enquanto o antigo parlamentar já estava na prisão, indicou a mesma fonte.
Win Myint Hlain já havia sido condenado em março, abril e junho por um tribunal por cinco crimes, envolvendo incitação e terrorismo, pelos quais recebeu sentenças que totalizam 25 anos de cadeia.
Os prisioneiros de longa duração na prisão de Magway, incluindo Win Myint Hlaing, são mantidos algemados, disse à agência de notícias Associated Press (AP) uma fonte próxima do estabelecimento prisional.
A condenação dada a Win Myint Hlaing, na segunda-feira, parecia ser a mais longa dada a qualquer membro do Governo e do partido de Aung San Suu Kyi, detida após o golpe de Estado militar de 01 de fevereiro de 2021.
No entanto, as autoridades executaram pelo menos quatro ativistas políticos que foram condenados por terrorismo.
Win Myint Hlaing venceu as eleições para o parlamento local da região de Magway, no coração central de Myanmar, em 2015, mas não se candidatou nas eleições de 2020.
O deputado participou nos protestos antimilitares antes de ser preso no município de Yaksawk, no leste do estado de Shan, em novembro do ano passado.
A residência de Win Myint Hlaing foi tomada pelas forças de segurança um dia após a sua detenção, forçando a sua família a fugir.
Entre outras coisas, a imprensa estatal controlada pelos militares disse que Win Myint Hlaing recolheu armas e munições e apoiou uma força de defesa local que atacou um estabelecimento de ensino, bancos e esquadras policiais com bombas na sua luta contra o Exército.
O partido da Liga Nacional para a Democracia, de Suu Kyi, adiantou numa declaração em maio que 917 funcionários e membros do partido foram detidos e 701 ainda estão a ser presos pelos militares.
Suu Kyi já foi condenada por várias acusações e sentenciada a 26 anos de prisão.
Os seus apoiantes dizem que as acusações foram fabricadas para a desacreditar e a impedir de participar nas próximas eleições, que os militares prometeram para 2023.
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