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Afeganistão. ONU denuncia prisões de ativistas pelos talibãs

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou, esta sexta-feira, a prisão de cinco ativistas afegãos, um dos quais uma mulher, numa conferência de imprensa para anunciar a criação de um organismo para a defesa dos direitos das mulheres no Afeganistão.

Afeganistão. ONU denuncia prisões de ativistas pelos talibãs
Notícias ao Minuto

23:08 - 04/11/22 por Lusa

Mundo Afeganistão

"Informações profundamente perturbadoras", disse, esta sexta-feira, o porta-voz do Gabinete dos Direitos Humanos da ONU, Jeremy Laurence.

Zarifa Yaqobi, ativista dos direitos das mulheres, foi presa ao anunciar o lançamento da organização Movimento de Mulheres Afegãs pela Igualdade. Quatro dos seus colegas homens também foram detidos.

De acordo com Laurence, que cita fontes que não identificou, os "polícias detiveram os outros participantes (...)" na conferência de imprensa.

"Sabemos que fizeram buscas e verificaram os telefones das mulheres antes de as libertar", indicou.

Estas observações foram corroboradas por uma ativista que participou no evento e que confidenciou à agência de notícias France-Presse (AFP) sob condição de anonimato.

"Quando começamos o evento, os talibãs disseram-nos que o poderíamos realizar e pediram aos jornalistas que estavam presentes para sair", disse a testemunha.

"Ainda organizamos o evento, mas terminamos rapidamente. Os talibãs disseram-nos para esperar as mulheres polícias, que chegaram depressa. Verificaram os nossos telefones e apagaram todas as imagens do evento", acrescentou.

De acordo com esta mulher, os participantes foram "também insultados e ameaçados" antes de poderem sair do local.

O Gabinete do Alto Comissariado para os Direitos Humanos "entrou em contacto imediatamente com as autoridades que responderam que iriam investigar as acusações", explicou Laurence, que repetiu a sua preocupação com "o bem-estar das cinco pessoas" detidas.

"Vimos Zarifa Yaqobi e quatro dos nossos irmãos a serem levados pelos talibãs", disse a ativista, acrescentando que quando não é possível "nem organizar um pequeno evento para exigir respeito aos direitos humanos fundamentais, é particularmente dececionante".

A situação das mulheres no Afeganistão, que fez grandes progressos após a invasão dos Estados Unidos em 2001 e a instituição de um governo democrático, deteriorou-se desde que os talibãs retomaram o poder em agosto do ano passado.

Leia Também: ONU indica mais de 200 abusos contra jornalistas no Afeganistão desde 2021

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