Segundo o diretor da Autoridade Nacional de Exames (NEA), Abdul Qadeer Khamosh, "cerca de 24 mil alunas foram aprovadas" nos exames de acesso e podem candidatar-se às ofertas das universidades de ensino superior do governo.
Os restantes candidatos podem ainda aceder a salas de aula do ensino semi-superior e universidades privadas para continuar a sua formação académica.
Apesar das grandes dificuldades que as mulheres têm para estudar no Afeganistão, após a chegada ao poder dos talibãs, dos 106.004 alunos que fizeram os testes de admissão, 41.946 eram mulheres.
Abdul Qadeer Khamosh salienta que ao contrário das duas chamadas anteriores, em que os afegãos lideraram a classificação com a melhor nota nos exames de acesso, "este ano temos que voltar ao 10º lugar para encontrar a primeira aluna".
Durante mais de 400 dias, as mulheres afegãs não foram autorizadas a sentar-se nas carteiras das escolas secundárias, como parte de uma proibição aparentemente temporária decretada pelos fundamentalistas até que possam concordar com um programa de estudo adaptado à lei islâmica ou sharia.
Isso fez com que alunos que, supostamente, deveriam formar-se este ano letivo não o pudessem fazer.
Com exceção de algumas províncias afegãs, a maioria dos participantes neste exame eram jovens formados durante o governo deposto.
Este exame de acesso restringia ainda certas opções de estudo às mulheres, como jornalismo, engenharia, agricultura, veterinária e, em algumas províncias, a carreira de ciência política também foi vetada.
Mesmo assim, os alunos comemoraram os resultados obtido no exame, que ficou marcado pelo atentado suicida contra um centro educacional, localizado numa área da minoria xiita hazara em Cabul, no qual 53 pessoas morreram e 110 ficaram feridas, principalmente jovens mulheres que se preparavam para os testes.
"Estou feliz pelo sucesso", disse à agência espanhola EFE, Masooma Ghafari, uma estudante de 19 anos ferida no ataque.
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