"Os bandidos atacaram de novo. Entre domingo e segunda-feira atacaram comunidades em Zurmi, Bukkuyum, Bungudu e Maru. Segundo as nossas informações, mais de 70 pessoas foram raptadas e oito foram mortas", disse hoje Attahiru Mohammed, secretário da Coligação da Sociedade Civil de Zamfara (ZASCON, na sigla em inglês), citado pela agência de notícias EFE.
Segundo Mohammed, muitas pessoas foram também feridas e estão a receber cuidados em centros médicos.
"A maioria dos que foram levados foram mulheres. Tomaram conta da aldeia em motos, disparando de forma esporádica e pedindo a todos que saíssem das suas casas ou seriam mortos", disse Usman Mustapha, um residente de Bukkuyum, acrescentando que mais de 60 pessoas foram raptadas na área.
Ameen Bello, residente de Zurmi, afirmou que os atacantes invadiram as aldeias de Kwangami, onde raptaram cinco agricultores e o chefe local, e de Yar Tasha, em Maru, onde levaram mais de seis e mataram dez. "Todos em Zamfara estão agora assustados", lamentou.
O porta-voz das Forças Armadas Nigerianas, major-general Musa Dan Madami, confirmou os factos e informou que vários atacantes tinham sido mortos, mas sem especificar o número de raptados. A EFE tentou contactar também o porta-voz da polícia de Zamfara, Mohammed Shehu, mas não obteve sucesso.
"As tropas neutralizaram um famoso líder bandido identificado como 'Sr. Bada' que atacou o mercado de Yar Tasha e matou alguns agricultores no dia 13 de outubro", disse o porta-voz militar numa declaração na segunda-feira.
Os estados centrais e noroeste da Nigéria estão sob ataques incessantes de "bandidos", o termo utilizado localmente para descrever bandos criminosos que cometem assaltos em massa, roubos e raptos para obterem resgates lucrativos.
A violência continua apesar das repetidas promessas do Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, de acabar com o problema e o destacamento de forças de segurança adicionais para a área.
Esta insegurança no noroeste da Nigéria é agravada pela insegurança no nordeste desde 2009 pelo grupo terrorista Boko Haram e, desde 2016, pelo seu descendente, Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sua sigla em inglês).
Ambos os grupos mataram mais de 35.000 pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados do Governo e da ONU.
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