O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, ordenou, esta quarta-feira, a retirada das tropas russas da cidade ucraniana ocupada de Kherson. Segundo a imprensa local, que cita fontes militares, foram dadas ordens para que as tropas se fixem na margem esquerda do rio Dnipro.
“Comecem a retirada de tropas e tomem todas as medidas que garantam uma travessia segura de pessoal, armas e equipamento”, afirmou Shoigu, citado pela agência de notícias TASS.
Kherson é um dos alvos de uma contraofensiva lançada pelas forças de Kyiv há cerca de dois meses.
A cidade era a única capital regional que as forças russas tinham ocupado nos mais de oito meses de guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro com uma invasão de território ucraniano por parte da Rússia.
Segundo a TASS, o ministro da Defesa da Rússia foi informado esta quarta-feira pelos comandantes militares no terreno de que era impossível abastecer com mantimentos a cidade de Kherson e outras áreas da margem ocidental do rio Dnipro, tendo Shoigu concordado com a proposta de recuo das tropas para a margem leste.
Na semana passada, as autoridades pró-russas de Kherson - anexada em setembro por Moscovo - admitiram a possibilidade de uma retirada do exército russo e apelaram para a saída urgente da população civil.
"Muito provavelmente as nossas unidades, as nossas tropas, partirão para a parte de Kherson que se encontra na margem esquerda" do rio Dnipro, disse, na altura, o vice-governador nomeado por Moscovo, Kiril Stremousov, que morreu hoje num acidente de viação.
No entanto, as autoridades ucranianas advertiram que se poderia tratar de um estratagema para preparar combates de rua. “Se tivermos em conta que há muito que se preparam para os combates de rua, (...) não devemos ter pressa em regozijar-nos”, defendeu a porta-voz do Comando Sul do exército ucraniano, Nataliya Gumenyuk.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e quase dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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