"Gal Costa foi das maiores cantoras do mundo, das nossas principais artistas a levar o nome e os sons do Brasil para todo o planeta. Seu talento, técnica e ousadia enriqueceu e renovou nossa cultura, embalou e marcou a vida de milhões de brasileiros", escreveu Lula da Silva na rede social Twitter.
Durante a campanha eleitoral, Gal Costa, cantora e compositora rebelde que enfrentou a última ditadura militar (1964-1985) apoiou Lula da Silva, cuja candidatura promoveu em todas as suas últimas apresentações.
Gilberto Gil, parceiro musical que, com Gal Costa, esteve na origem do movimento Tropicalismo e com o qual formou o grupo Doces Bárbaros, também usou as redes sociais para manifestar tristeza.
"Muito triste e impactado com a morte de minha irmã @GalCosta", escreveu Gilberto Gil, também ex-ministro brasileiro da Cultura, na rede social Twitter. "Nossa irmãzinha se foi... Gal, a quem chamava de Gaúcha. Fica a saudade p'ra mim, p'ra todos que eram próximos e p'ra tanta gente na extensão deste Brasil que se encantava com seu canto. Agora o canto dela fica connosco p'ro resto das nossas vidas, p'ra tempo todo da nossa história."
A cantora Maria Bethânia afirmou numa entrevista ao canal Globo News que estava "em choque, triste demais".
"Eu nunca pensei um dia chegar a vocês para falar sobre a dor de perder Gal. O Brasil que ela sempre encantou com sua voz única, magistral, hoje, inteiro, chora. Como eu", acrescentou Bethânia.
"Que tristeza a partida de Gal Minha amiga, minha querida companheira, intérprete de minhas músicas, intérprete do meu amor", escreveu o parceiro, cantor e compositor Jards Macalé na rede social.
O cantor português António Zambujo, que gravou com Gal Costa, o clássico "Pois é!", de Tom Jobim e Chico Buarque, escreveu no Facebook: "Gal Costa obrigado por tanto", seguido de um coração branco.
O perfil de Gal Costa, nas diferentes redes sociais, publicou o vídeo de um dueto da cantora com Caetano Veloso intepretando a música "Sorte", duas horas antes de a assessoria de comunicação confirmar sua morte.
Caetano Veloso ainda não se manifestou publicamente sobre a morte da parceira e amiga, mas compartilhou a mesma publicação do perfil de Gal Costa com um coração.
A cantora Marisa Monte usou as rede sociais para expressar "vazio, que silêncio na música brasileira. Sua voz é eterna dentro de todos nós. Obrigada por ensinar tanto! Gal, luz infinita."
O cantor Nando Reis, que fez a digressão "Trinca de Ases" com Gal Costa e Gilberto Gil, que passou por Portugal em 2018 e teve um disco gravado ao vivo no ano anterior, usou o Twitter para dizer que, para si, "a compreensão da vida, do mundo, de tudo se dá através da música."
"A música é minha mãe, voz de mulher e a voz que definiu o sentido de tudo, a beleza que há na vida que se dá no mundo é a voz de Gal. Mãe de todas as vozes, sem Gal o mundo está mudo", completou.
A escola de samba Estação Primeira de Mangueira também prestou homenagem a Gal Costa, que foi personagem de um samba enredo em 1994, junto com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.
Gal Costa, uma das maiores vozes da música popular brasileira, morreu hoje aos 77 anos, confirmou a assessoria de comunicação da artista ao jornal Folha de S. Paulo e a outros meios brasileiros.
A causa de morte ainda não foi revelada, mas a cantora estava a recuperar de um procedimento cirúrgico, e tinha saído dos palcos até ao final de novembro, seguindo recomendações médicas.
Nascida em 26 de setembro de 1945, na cidade de Salvador, Maria das Graças Penna Burgos, que era chamada de Gracinha pelos amigos até adotar o nome artístico Gal Costa, destacou-se ainda muito jovem pela voz de 'cristal' inconfundível.
Fã de João Gilberto, que conheceu no final dos anos de 1960 e que a classificou como a "maior voz do Brasil", Gal Costa foi um dos maiores expoentes do movimento tropicalista brasileiro, ao qual também pertencem grandes símbolos da cultura musical brasileira como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia de quem se aproximou ainda na adolescência.
Ao longo de 57 anos de carreira, a cantora brasileira interpretou canções de vários géneros musicais numa trajetória consagrada e reconhecida dentro e fora do Brasil.
Em 2020, em plena pandemia, Gal Costa gravou um dueto com o português António Zambujo, que marcou também as comemorações do Dia de Portugal, no Brasil.
Nesse ano, a cantora programava um digressão em Portugal, que acabou cancelada, por causa da covid, e que previa passar por salas de concerto como o Teatro das Figuras, em Faro, o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e a Casa da Música, no Porto, para apresentar o seu álbum "A Pele do Futuro".
Gal Costa tinha na agenda dois concertos em Portugal, marcados para novembro, em Lisboa e no Porto, que tinham sido adiados para o próximo ano devido à cirurgia que realizou.
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