Wang Yi reuniu-se na quarta-feira, em Pequim, com o homólogo iraniano, Abbas Araqchi, que está de visita à China, nas vésperas de se realizarem novas conversações em busca de um acordo nuclear entre Teerão e Washington, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
O chefe da diplomacia chinesa valorizou o "compromisso do Irão de não desenvolver armas nucleares", defendendo simultaneamente o direito de Teerão à utilização pacífica da energia atómica.
Wang sublinhou que Pequim "se opõe ao uso da força e às sanções unilaterais ilegais", numa aparente referência às sanções que Washington impôs contra Teerão.
Araqchi entregou a Wang uma mensagem do Presidente iraniano, Masud Pezeshkian, ao homólogo chinês, Xi Jinping, e agradeceu a Pequim "a abordagem construtiva e eficaz nas discussões relacionadas com a questão nuclear iraniana", lê-se no comunicado da diplomacia chinesa.
O Irão e os Estados Unidos realizaram, desde meados de abril, duas rondas de conversações com vista a um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano, que ambas as partes descreveram como construtivas.
Representantes dos dois países vão reunir-se pela terceira vez no sábado.
A China é um dos signatários do acordo alcançado em 2015, que limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções e que foi abandonado unilateralmente em 2018 pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, durante o primeiro mandato.
Após o regresso à Casa Branca, Trump ameaçou repetidamente atacar o Irão se não chegarem a um acordo nuclear e restabeleceu a chamada política de "pressão máxima" com sete rondas de sanções para impedir as vendas de petróleo bruto iraniano.
A China é o maior parceiro comercial do Irão e um dos principais compradores do seu petróleo sob sanções.
Cerca de 92% do petróleo do Irão destina-se ao país asiático, muitas vezes com descontos substanciais, de acordo com os órgãos de comunicação iranianos.
Em 2021, a China assinou um vasto acordo estratégico de 25 anos com o Irão. Esta importante parceria abrange áreas tão variadas como a energia, a segurança, as infraestruturas e as telecomunicações.
Leia Também: Xi diz que China não vai parar ação climática apesar das mudanças