O Kremlin afirmou, esta segunda-feira, que a exigência de retirada das tropas russas da Ucrânia para iniciar conversações de paz é “inaceitável”. Segundo o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Grushko, “as negociações devem ter em conta a situação no terreno”.
“Tais condições são inaceitáveis”, destacou Grushko, citado pela agência de notícias Europa Press. “O nosso presidente [Vladimir Putin] afirmou repetidamente que estamos prontos a negociar, mas estas negociações devem ter em conta a situação no terreno”, explicou.
Já o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Oleg Nikolenko, afirmou que a Rússia “não está em posição de ditar as suas condições”.
“A Rússia não está em posição de ditar as suas condições. A fórmula de paz na Ucrânia permanece inalterada: o fim imediato da guerra, a retirada de todas as tropas russas, a restauração da integridade territorial ucraniana, a compensação pelos danos causados e o fornecimento de garantias sobre a repetição da agressão. Sob outras condições, alcançar uma paz duradoura será impossível”, escreveu na rede social Facebook.
Na semana passada, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mostrou-se disponível a negociar se a Rússia aceitasse “negociações genuínas”, que incluem a restauração da “integridade territorial” da Ucrânia, “o respeito pela Carta da ONU, a compensação pela destruição, punição de todos os responsáveis por crimes de guerra e garantias de que [uma invasão] não volta a acontecer”.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e quase dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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