A polícia turca anunciou, esta segunda-feira, que deteve uma mulher suspeita pelo ataque terrorista, levado a cabo no domingo, no centro de Istambul, no qual morreram seis pessoas e mais de 80 ficaram feridas. Trata-se de Ahlam Albashir, uma cidadã síria.
Segundo a agência de notícias estatal turca Anadolu Agency, Ahlam Albashir foi detida pelas 2h50 desta segunda-feira [23h50 de domingo, em Lisboa] em casa e confessou a autoria do crime.
No seu interrogatório policial, a mulher afirmou que foi treinada como agente especial dos serviços secretos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista pela Turquia, e que entrou em território turco via Afrin, uma cidade no nordeste da Síria.
Confessou ainda ser responsável por colocar uma bomba na Avenida Istikal, no centro da maior cidade turca, pelas 16h20 locais [13h20 em Lisboa], a mando de uma ordem da sede do PKK, em Kobane, na Síria.
As imagens de 1.200 câmaras de vigilância mostraram os movimentos da suspeita desde o momento em que deixou a bomba até chegar ao distrito de Esenler de táxi, revelou a polícia local.
A autoridade revelou, esta madrugada, que foram realizadas 21 buscas domiciliárias, que levaram à localização da principal suspeita. “Durante a operação, 46 pessoas foram detidas e apurou-se que a pessoa que deixou a bomba foi para um endereço no distrito de Kucukcekmece”, afirmou.
CCTV footage showed Ahlam Albashir, the terrorist who carried out Sunday’s bombing in Istanbul, wearing camouflage pants when she planted the explosives.
— ANADOLU AGENCY (@anadoluagency) November 14, 2022
Turkish authorities found the pants in the house where she was arrested. pic.twitter.com/hrR2RlBxoV
O ministro do Interior turco, Soumeylan Soylu, acusou o PKK de ser responsável pelo ataque de domingo, após anunciar a detenção da principal suspeita. "De acordo com as nossas conclusões, a organização terrorista PKK é responsável" pelo atentado.
Sublinhe-se que a Turquia acusa regularmente os Estados Unidos da América (EUA) e outros países ocidentais de protegerem os combatentes curdos do PKK e as YPG. Ainda hoje, Soylu recusou as condolências dos EUA.
“Não aceitamos, rejeitamos as condolências dos Estados Unidos. A nossa aliança com um Estado que mantém Kobane e bolsas de terror (...) deve ser debatida", disse o ministro.
A Suécia e a Finlândia - embora em menor grau em relação a Helsínquia - estão entre os países ocidentais visados pelas críticas da Turquia. Ancara ainda não aprovou a adesão dos dois estados nórdicos à NATO, precisamente por exigir o fim do apoio a militantes curdos.
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