"Fella Rasmi Abdel Aziz Al-Masalma, cujo 16.º aniversário seria amanhã, terça-feira, morreu com uma bala na cabeça disparada pelos soldados da ocupação [israelita] durante a sua incursão em Beitunia", uma cidade cisjordana próxima de Ramallah, precisou o Ministério da Saúde palestiniano.
O exército israelita confirmou que as suas forças efetuaram "atividades antiterroristas em vários pontos" da Cisjordânia, entre os quais Beitunia, onde entraram para deter um suspeito procurado.
Durante a operação militar, "os soldados identificaram um veículo suspeito que se aproximava deles. Indicaram ao condutor do veículo para parar, mas este acelerou em direção a eles. Em resposta, os soldados dispararam sobre o veículo", disse um porta-voz do exército de Israel.
"O incidente está a ser analisado", acrescentou.
A jovem encontrava-se no banco do passageiro da viatura, que era conduzida por um homem, noticiou a agência oficial de notícias palestiniana WAFA, citando uma testemunha.
"Aparentemente, o condutor ficou surpreendido com a presença dos veículos militares de ocupação a mais de 200 metros dele. Ao ver os soldados, tentou recuar. Mas os soldados, escondidos num ponto escuro, abriram fogo diretamente sobre o carro", relatou a testemunha.
O condutor, que sangrava de um ombro, saiu do veículo com as mãos no ar e foi derrubado e detido pelos militares israelitas, que "logo se dirigiram para onde estava a rapariga e a retiraram do carro enquanto sangrava da cabeça", e a viatura ficou "crivada de balas, principalmente no para-brisas, com sanduíches cobertas de sangue", acrescentou a mesma fonte, que pensa que "o casal estava a comer sanduíches quando foi surpreendido pelos soldados".
As incursões e operações de captura das forças militares israelitas na Cisjordânia ocupada intensificaram-se há sete meses, até atingirem uma periodicidade quase diária, após vários ataques mortais a israelitas entre março e abril.
Estas operações resultam muitas vezes em combates armados com milícias palestinianas, mas, em muitos casos, as vítimas mortais são crianças e civis, como a jornalista Shireen Abu Akleh, abatida a tiro numa operação israelita há seis meses.
A morte desta adolescente eleva para 145 o número de palestinianos mortos em incidentes violentos na Cisjordânia e em Israel desde o início deste ano, segundo o Ministério da Saúde palestiniano -- o que torna 2022 o ano mais sangrento na região desde 2006. Do lado israelita, morreram 24 pessoas.
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