"Putin está a enviar cidadãos africanos presos na Rússia para a guerra na Ucrânia", denunciou na rede social Twitter o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko.
Na segunda-feira, a Zâmbia anunciou a morte de um dos seus cidadãos, Lemekhani Nathan Nyirenda, de 23 anos, "que morreu em 22 de setembro de 2022 na Ucrânia", enquanto deveria estar preso numa prisão na Rússia.
A Zâmbia disse que pediu à Rússia uma explicação "sobre as circunstâncias em que um cidadão zambiano, que cumpria pena de prisão em Moscovo, poderia ter sido recrutado para lutar na Ucrânia e ter perdido a vida".
Putin is sending African citizens imprisoned in Russia to the war in Ukraine. A former Zambian student was killed. We call on African Union and all African states to demand that Russia stop press ganging their nationals. Africans shouldn’t die for Putin’s sick imperial ambitions. pic.twitter.com/CopTP6OEy1
— Oleg Nikolenko (@OlegNikolenko_) November 15, 2022
"Estamos no processo de esclarecer essa questão (...), claro, esclarecendo todas as circunstâncias", afirmou o vice-chanceler russo, Mikhail Bogdanov, segundo a agência de notícias estatal Ria Novosti.
"Os africanos não devem morrer pelas ambições imperiais doentias de Putin", frisou Nikolenko, na terça-feira.
O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigojine, com fama de ser próximo de Vladimir Putin, é acusado pela Ucrânia de enviar milhares de combatentes recrutados diretamente das prisões russas para a frente de combate, contra promessas de um grande salário e um perdão.
Lemekhani Nathan Nyirenda foi considerado culpado de violar a lei russa em abril de 2020, de acordo com o Governo da Zâmbia, que não deu mais detalhes na segunda-feira sobre o caso.
Este estudante de engenharia nuclear foi condenado a nove anos e seis meses de prisão e estava a cumprir a pena numa prisão de segurança média nos arredores de Moscovo.
Muitos prisioneiros de guerra capturados pelas forças russas e ucranianas, como parte do conflito na Ucrânia, estão a ser submetidos a tortura e maus-tratos, incluindo choques elétricos, alertou hoje a Organização das Nações Unidas.
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