Taiwan. EUA avisam que estão preparados para eventual ataque chinês

Os Estados Unidos informaram hoje que estão a acompanhar "de perto" as ações militares da China contra Taiwan e garantiram que estão totalmente preparados para qualquer eventual ataque à ilha.

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© Greg Nash-Pool/Getty Images

Lusa
16/11/2022 21:26 ‧ 16/11/2022 por Lusa

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Taiwan

"Estamos a acompanhar de perto. Estamos preparados militarmente. Uma das questões essenciais agora é garantir que Taiwan se possa defender", disse o chefe do Estado-Maior dos EUA, general Mark Milley, durante uma conferência de imprensa.

Milley sublinhou que uma das "muitas lições aprendidas" com a invasão russa da Ucrânia é que "a guerra no papel é muito diferente da guerra real, quando o sangue é derramado e as pessoas morrem", lembrando que o exército chinês "não esteve envolvido em combate desde a luta contra os vietnamitas, em 1979".

"Estariam a jogar um jogo muito perigoso, ao invadir a ilha. Não têm experiência ou formação para isso. Ainda não treinaram para isso", acrescentou o general.

Milley explicou que, embora não conheça pessoalmente o Presidente chinês, Xi Jinping, considera-o uma pessoa "racional" que "tomará decisões com base no que acredita ser o interesse" do seu país.

"Acho que ele pesa as coisas com base no custo, benefício e risco. E acho que rapidamente concluiria que um ataque a Taiwan, no futuro próximo, seria muito arriscado e acabaria num verdadeiro desastre estratégico para os militares chineses", explicou o chefe de Estado-Maior norte-americano.

Ainda assim, Milley reconheceu que os EUA "estão a analisar atentamente a capacidade anfíbia chinesa e a capacidade de transporte aéreo".

"Para já, eles podem bombardear, podem lançar mísseis. Podem atacar Taiwan, mas será uma tarefa militar muito difícil", concluiu o general.

A ilha é uma das principais fontes de conflito entre a China e os Estados Unidos, até porque Washington é o principal fornecedor de armas a Taiwan, sendo o seu maior aliado militar no caso de uma guerra com a China.

Taiwan - onde o exército nacionalista chinês se retirou após a derrota contra as tropas comunistas na guerra civil - é governado de forma autónoma desde 1949, embora a China reivindique soberania sobre a ilha, que considera uma província rebelde para cuja reunificação não descartou a possibilidade de uso de força.

As tensões em torno da ilha foram agravadas, em agosto passado, como resultado de uma viagem à ilha da presidente da câmara de representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, à qual Pequim respondeu com exercícios militares na região.

No encontro bilateral entre o Presidente dos EUA e o seu homólogo chinês, em Bali, na véspera da cimeira do G20, o presidente dos EUA, Joe Biden disse a Xi que Washington não mudou a sua posição relativamente a Taiwan.

Xi aproveitou para avisar Biden de que Taiwan é "a primeira linha vermelha que não deve ser ultrapassada", acrescentando que espera que os EUA "honrem a promessa" de não apoiar uma eventual independência da ilha.

Leia Também: "Papel mediador". Macron visitará Xi Jinping por causa da guerra

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