Os manifestantes empunharam cartazes satíricos com 'slogans' como "A semelhança está na moda" e "Censura", visando as políticas nacionalistas do chefe do governo, segundo a agência noticiosa AFP.
A manifestação foi convocada pelo Partido Húngaro do Cão de Duas Caudas (MKKP), um movimento de paródia registado como partido político, em resposta à recente proibição legal da Marcha do Orgulho anual, com o argumento de que viola a muito criticada lei húngara de "proteção das crianças".
Aprovada rapidamente pelo parlamento, a lei também permite que as autoridades multem os organizadores ou participantes no evento e utilizem tecnologia de reconhecimento facial para identificar potenciais infratores.
Agitando bandeiras cinzentas, incluindo bandeiras pretas e brancas do arco-íris que apelam a um "Orgulho Cinzento", mais de 10.000 pessoas juntaram-se à marcha de hoje, segundo a AFP.
"Olhem para todas estas pessoas aqui hoje, vestidas de cinzento - uma demonstração perfeita do que é a semelhança", comentou Kata Bicskei, um engenheiro de 53 anos, garantindo que não se quer que "toda a gente seja igual".
Outro manifestante, Tamas Olajos, sublinhou que "o humor revela o absurdo" e que a manifestação era uma "forma de responder a um regime que se leva demasiado a sério".
Desde o regresso de Orban ao poder em 2010 a Hungria aprovou várias leis criticadas internamente e em toda a União Europeia por restringirem os direitos das minorias sexuais e de género no país.
Na segunda-feira, o parlamento húngaro deverá votar uma alteração à Constituição que reforçará a base jurídica para a proibição da Marcha do Orgulho.
As recentes medidas já tinham provocado protestos na Hungria, com milhares de pessoas a bloquear as pontes da capital todas as terças-feiras para exigir a revogação da lei que proíbe a Marcha do Orgulho.
Os organizadores da Marcha do Orgulho garantiram que continuam a planear a realização do evento deste ano, agendado para 28 de junho. Vários eurodeputados anunciaram a sua participação no evento.
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