De acordo com uma sondagem realizada à boca das urnas para a rádio e televisão estatais do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokaiev, de 69 anos, obteve 82,45% dos votos.
Segundo os dados preliminares da Comissão Eleitoral Central, 69,43% dos eleitores votaram hoje, cerca de 8,3 milhões dos quase 12 milhões inscritos.
Estas eleições antecipadas destinaram-se a confirmar no poder Kassym-Jomart Tokaiev, o que acontece um ano depois dos tumultos reprimidos com dureza pelas autoridades.
Em janeiro de 2022, Tokaiev deu ordens para "atirar a matar" sobre os manifestantes e agitadores, o que levou à morte de pelo menos 238 pessoas, mas agora surge como um promotor da renovação e da concórdia nacional.
Esta eleição culmina um ano de forte agitação social no Cazaquistão, ex-república soviética da Ásia Central rica em recursos naturais, com origem inicial nas profundas desigualdades sociais. Agora, este antigo diplomata promete empenhar-se num "novo Cazaquistão", mais justo e menos corrupto.
Com este objetivo, afastou das áreas de decisão o poderoso clã do influente ex-presidente Noursultan Nazarbaiev, consolidando a sua posição três anos após a sua chegada ao poder em 2019.
Nestas presidenciais antecipadas, Tokaiev impediu qualquer veleidade por parte dos principais opositores, e os cerca de 12 milhões de eleitores convocados para votar hoje apenas puderam escolher entre o atual líder e cinco candidatos sem projeção ou credibilidade.
Em termos internacionais, onde assentou a sua autoridade, o chefe de Estado, hoje reeleito, prosseguiu a sua abordagem pragmática através de contactos regulares com a Rússia, China e ocidente.
Também criticou a invasão russa da Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, mas recusou-se a aderir às sanções norte-americanas e europeias dirigidas à Rússia, principal parceiro económico do Cazaquistão.
Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) já lamentaram que as suas recomendações "relativas às liberdades fundamentais e às condições de elegibilidade e inscrição dos candidatos" não tenham sido respeitadas.
Tokaiev, que chegou ao poder após a demissão surpresa de Nazarbaiev em março de 2019, admitiu inicialmente uma política de continuidade face ao seu antecessor e mentor, antes da rutura com o todo-poderoso ex-presidente na sequência do sangrento mês de janeiro.
Numa demonstração da instabilidade que ainda prevalece no país asiático, as autoridades anunciaram na quinta-feira passada a detenção de sete apoiantes de um opositor no exílio, acusados de envolvimento na preparação de um "golpe de Estado".
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