O jornalista desportivo norte-americano Grant Wahl revelou, esta segunda-feira, que foi detido pelas forças de segurança do Estádio Ahmad bin Ali, no Qatar, por usar uma camisola com um arco-íris, símbolo que é visto como uma demonstração de apoio aos direitos da comunidade LGBTQ+.
Segundo Wahl, que trabalha para o canal norte-americano CBS Sports e escreve crónicas para a plataforma Substack, o incidente aconteceu antes da partida entre os Estados Unidos da América e o País de Gales, a contar para o Mundial 2022.
“Os seguranças recusam-se a deixar-me entrar no estádio para o EUA-Gales. 'Tens de mudar a tua camisola. Não é permitido'”, escreveu o jornalista na rede social Twitter, junto de uma fotografia em que aparecia vestido com a camisola em causa.
Já num artigo publicado na Substack, Wahl revelou que, após fazer a publicação no Twitter, tiraram-lhe o telemóvel “à força das mãos”. Disseram-lhe que a camisola era “política” e não era “permitida”, enquanto se recusaram “continuamente” a devolver o telemóvel.
Free to read: What happened when Qatar World Cup security detained me for 25 minutes for wearing a t-shirt supporting LGBTQ rights, forcibly took my phone and angrily demanded that I remove my t-shirt to enter the stadium. (I refused.) Story: https://t.co/JKpXXETDkH pic.twitter.com/HEjr0xzxU5
— Subscribe to GrantWahl.com (@GrantWahl) November 21, 2022
“Pode tornar isto fácil. Tire a camisola”, ter-lhe-á dito um segurança. No entanto, o jornalista recusou e acabou detido, tendo sido libertado cerca de meia hora depois.
“Um dos seguranças disse que estavam apenas a tentar proteger-me dos adeptos que poderiam magoar-me por causa da camisola”, afirmou, acrescentando que “mais tarde” também recebeu um “pedido de desculpas” de um representante da FIFA.
A homossexualidade é proibida no Qatar e o símbolo do arco-íris tem sido utilizado como forma de apoiar a comunidade LGBTQ+ no país.
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