China volta a impor confinamentos após novo recorde de casos de Covid-19

O número de casos diários de covid-19 atingiu hoje novo recorde na China, informaram as autoridades, numa altura em que voltam a impor rígidas medidas de prevenção, no âmbito da estratégia 'zero covid'.

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Lusa
24/11/2022 06:40 ‧ 24/11/2022 por Lusa

Mundo

Covid-19

A China registou 31.444 novos casos, nas últimas 24 horas, entre os quais 27.517 são assintomáticos, informou o Ministério da Saúde.

Estes números são maiores do que as 29.317 infeções registadas em meados de abril, quando Xangai - a terceira cidade mais populosa do mundo -- impôs um confinamento, que ficou marcado por cenas de violência e escassez de alimentos.

Esta semana, as autoridades relataram também as primeiras mortes por covid-19 na China em seis meses, elevando o total para 5.232.

A China, o país mais populoso do mundo, com cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, é a única grande economia que ainda tenta conter a propagação do vírus.

A estratégia de 'zero casos' inclui o confinamento de cidades inteiras, obrigatoriedade de apresentar um teste negativo para o novo coronavírus para aceder a espaços públicos e o isolamento de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos em instalações designadas, muitas vezes em condições degradantes. A China mantém, também, as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020.

Pequim enfrenta o pior surto desde o início da pandemia. Dezenas de edifícios residenciais foram confinados, as escolas encerradas e as empresas pediram aos funcionários que trabalhem a partir de casa.

A capital chinesa anunciou cerca de 1.500 novos casos positivos (a grande maioria assintomática), entre os seus 22 milhões de habitantes. A cidade abriu, esta semana, um hospital improvisado, num centro de exposições, e suspendeu o acesso à Universidade de Estudos Internacionais de Pequim, depois de ter detetado um caso no 'campus'.

Na cidade de Zhengzhou, província de Henan, um total de 6,6 milhões de residentes foram instruídos a ficar em casa nos próximos cinco dias, podendo sair apenas para comprar comida ou receber tratamento médico. Testes diários em massa foram ordenados, como parte do que o governo da cidade designou de "guerra de aniquilação" do vírus.

Empresas e comunidades residenciais em Cantão, um importante centro industrial situado na província de Guangdong, foram também colocadas sob várias formas de bloqueio, medidas que afetam particularmente os trabalhadores migrantes. Em muitos casos, os moradores dizem que as restrições vão além do permitido pelas diretrizes nacionais.

Cantão suspendeu na segunda-feira o acesso ao distrito de Baiyun, de 3,7 milhões de habitantes, enquanto residentes de algumas áreas de Shijiazhuang, uma cidade com 11 milhões de pessoas a sudoeste de Pequim, foram instruídos a ficar em casa enquanto são realizados testes em massa.

Leia Também: FMI pede à China que reajuste estratégia covid-19 para apoiar economia

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