"Morreram 15 habitantes da cidade e 35 ficaram feridos, incluindo uma criança", como resultado dos ataques russos, referiu Galyna Lugova, chefe da administração militar da cidade, numa publicação nas redes sociais.
A mesma fonte, citada pela agência France-Presse (AFP) acrescentou que várias "habitações particulares e prédios" ficaram danificados nos ataques.
Galyna Lugova tinha referido mais cedo que os hospitais em Kherson foram evacuados devido aos constantes ataques russos nesta cidade.
Uma 'chuva' de mísseis atingiu pelo segundo dia consecutivo a cidade recentemente libertada pelos ucranianos após uma ocupação russa de oito meses.
Estes ataques fazem parte de um esforço de Moscovo para intensificar os ataques com mísseis, que têm atingido a rede elétrica da Ucrânia e outras infraestruturas civis críticas.
As autoridades ucranianas estimam que cerca de 50% das instalações de energia da Ucrânia foram danificadas nos recentes ataques.
O governador ucraniano de Kherson, Yaroslav Yanushevych, tinha realçado hoje de manhã que dois bairros da cidade estiveram "sob fogo maciço de artilharia".
Os soldados daquela região tinham alertado que Kherson enfrentaria uma intensificação de ataques à medida que as tropas russas avançassem pelo rio Dnieper, na sua retirada da região.
Os ataques causaram destruição em alguns bairros residenciais que não tinham sido atingidos anteriormente na guerra.
Natalia Kristenko, de 62 anos, e o seu marido, foram duas das vítimas dos ataques e o corpo da ucraniana ficou durante horas à porta do prédio, noticiou a agência Associated Press (AP). O marido morreu horas depois no hospital, devido a hemorragias internas.
A filha deste casal tentou chamar uma ambulância para o pai, mas sem rede elétrica não conseguiu que a ajuda chegasse imediatamente.
A população de Kherson diminuiu para cerca de 80.000, quando antes da guerra era de perto de 300.000. O Governo já manifestou intenção de ajudar quem pretende sair da região, mas muitos referem que não têm para onde ir.
"Não há trabalho [noutro lugar], não há trabalho aqui", realçou Ihor Novak enquanto examinava na rua as consequências dos bombardeamentos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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