Ataques a infraestruturas da Ucrânia mostram "desespero" de Putin

Na ótica de Ben Wallace, o chefe de Estado russo pretende "esconder" os seus falhanços militares.

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Daniela Filipe
25/11/2022 23:56 ‧ 25/11/2022 por Daniela Filipe

Mundo

Ucrânia/Rússia

O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, considerou, esta sexta-feira, que os ataques recentes por parte das forças russas contra as infraestruturas essenciais da Ucrânia são um sinal do “desespero” do presidente russo, Vladimir Putin, que pretende “esconder” os seus falhanços militares.

De visita a Glasgow, na Escócia, o responsável apontou que, face aos ataques à rede elétrica da Ucrânia, os cidadãos devem “seguir em frente e continuar a expulsar a Rússia”.

Na frente civil, precisam de proteger a infraestrutura nacional que Putin está a atacar deliberadamente, na esperança de destruir a sua economia, para que sofram muito durante o inverno”, disse, citado pelo The Independent.

Wallace salientou ainda a ilegalidade destes ataques, reforçando que, em parte, estas ações do presidente russo mostram o “desespero de que o [seu] exército não está a ser bem sucedido”, dando como exemplo a retirada da cidade de Kherson, que representou uma grande derrota para Moscovo.

Por isso, para esconder [os fracassos], Putin tem tentado fazer explodir a infraestrutura civil”, disse.

Ainda assim, o ministro avisou que o Kremlin não deve ser subestimado, uma vez que, neste momento, “a Rússia é um país que não se importa com a sua população e que envia homens jovens para a sua morte”, o que continuará a fazer.

O responsável rematou, por isso, considerar ser “muito, muito importante continuar a mostrar o nosso compromisso, apoio e solidariedade a nível internacional para com a Ucrânia”.

Também esta sexta-feira, o presidente russo reuniu-se com mais de uma dúzia de mães de soldados que lutam na Ucrânia, dizendo às que perderam os seus filhos que tanto ele, como toda a liderança russa sentem o seu sofrimento. Além disso, apelou para que não confiem naquilo que leem na Internet, uma vez que "há todo tipo de falsificação, engano, mentira".

De notar ainda que quase metade dos habitantes de Kyiv continuavam, esta sexta-feira, sem eletricidade, e dois terços sem aquecimento, dois dias depois dos ataques russos terem voltado a visar infraestruturas críticas, numa altura em que as temperaturas negativas chegam à região.

A estratégia de Moscovo de bombardear instalações energéticas, seguida desde outubro num cenário de recuos militares, é considerada "crime de guerra" pelos aliados ocidentais da Ucrânia e qualificada como um "crime contra a humanidade" pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A Rússia, por seu lado, afirma visar apenas infraestruturas militares e atribui os cortes de energia aos disparos das defesas aéreas ucranianas.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, segundo os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

De acordo com a entidade, já morreram 6.595 civis desde o brotar do conflito, que feriu 10.189 pessoas, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Zelensky denuncia "muitas queixas" nos pontos de invencibilidade de Kyiv

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