O Campeonato do Mundo de futebol do Qatar continua a dar que falar, e muitas das polémicas que têm marcado o evento giram em torno das proibições do uso de acessórios alusivos à comunidade LGBTQIA+.
O uso da braçadeira 'OneLove', por exemplo, que representa um símbolo da luta pelos direitos desta comunidade, foi proibido pela FIFA, ameaçando o órgão do futebol mundial os jogadores que ignorarem a regra com um cartão amarelo caso surjam em campo com a mesma.
Quem, no entanto, não se mostrou preocupado com as restrições em torno a esta braçadeira foi o ministro do Desporto inglês, Stuart Andrew, que vai assistir ao confronto entre Inglaterra e País de Gales, na terça-feira, com a braçadeira vestida.
O ministro - que é abertamente homossexual - revelou ao jornal britânico Evening Standard que não se vai 'acanhar'. "Não me vou envergonhar de ser quem sou", garantiu Andrew, que poderá causar alguma turbulência nas relações entre Inglaterra e o Qatar, país onde a homossexualidade é considerada crime, punível com pena de prisão.
"Significa muito para mim pessoalmente, significa muito para mim como ministro e, mais amplamente, significa muito para os fãs aí fora", explicou, acusando a posição "impossível" em que a FIFA colocou os capitães das seleções que pretendiam usar a braçadeira em campo, e que foram ameaçados com castigos.
Andrew não poupou nas críticas ao órgão que gere o futebol mundial. “Há duas semanas, disseram ao mundo inteiro para apenas se concentrarem no futebol e não fazer política”, começou por criticar, contrapondo: “Agora dizem que não podem usar a braçadeira, mas que podem usar a deles [a FIFA recomendou o uso de uma braçadeira que lia 'No Discrimination']. Bem, sinto muito, essa não é uma posição aceitável. Não é sustentável. E acho que há questões sérias para a FIFA responder.”
O Campeonato do Mundo de futebol do Qatar, que decorre até 18 de dezembro, tem causado grande polémica, principalmente pelos protestos que adeptos e seleções têm levado a cabo contra a forma como o país trata a comunidade LGTQIA+.
A Alemanha, por exemplo, entrou em campo de boca tapada, momentos antes de enfrentar o Japão. Jogo ao qual a ministra da Administração Interna alemã, Nancy Faeser, assistiu de braçadeira 'OneLove' no braço. Também a ministra belga dos Negócios Estrangeiros, Hadja Lahbib, usou a polémica braçadeira durante o primeiro jogo da Bélgica no campeonato.
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