MNE ucraniano reuniu-se com homólogos da NATO apesar do veto húngaro

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, reuniu-se hoje em Bucareste com os seus homólogos da NATO apesar do veto húngaro, que desde 2017 impede a presença formal da Ucrânia em reuniões da organização militar aliada.

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Lusa
29/11/2022 16:49 ‧ 29/11/2022 por Lusa

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Ucrânia

De acordo com um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, consistiu numa "reunião informal" e paralela ao encontro da NATO que decorre hoje e quarta-feira na capital romena, com o objetivo de contornar o veto húngaro, informou o jornal digital European Pravda.

"Como sabem, a Hungria tem bloqueado desde 2017 as reuniões da Comissão Ucrânia-NATO acima do nível de embaixadores", assinalou Oleh Nikolenko, porta-voz da diplomacia de Kiev.

"Para superar o veto húngaro, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, organizou uma reunião separada para os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO e da Ucrânia", acrescentou.

Kuleba e os restantes participantes abordaram a assistência militar adicional à Ucrânia e a reparação das infraestruturas energéticas do país na sequência dos ataques russos.

No decurso da sua visita a Bucareste, o chefe da diplomacia ucraniana também tem previsto um conjunto de reuniões bilaterais.

Nikolenko sublinhou ser incorreto falar de "alteração" do bloqueio húngaro, pelo facto de esta decisão nunca ter sido interrompida.

As reuniões anteriores foram também efetuadas através de formatos especiais para contornar o veto húngaro.

No entanto, no início de março, a Ucrânia juntou-se ao Centro de excelência de ciberdefesa cooperativa da NATO (CCDCOE), uma decisão que também tinha sido vetada pela Hungria. Budapeste retirou posteriormente o seu veto na sequência da invasão russa.

Em declarações em Bucareste, Dmytro Kuleba pediu hoje um apoio dos Aliados "mais rápido, mais rápido, mais rápido", salientando a importância para o país de geradores e sistemas de defesa aérea.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: MNE da Ucrânia pede apoio "mais rápido, mais rápido, mais rápido"

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