De acordo com fonte não identificada, por motivos de segurança, da Comissão Egípcia para os Direitos e Liberdades (ECRF, na sigla inglesa), disse à agência EFE que até ao momento as equipas legais da organização documentaram a detenção de um total de 1.062 pessoas, entre as quais 29 mulheres, desde o início de outubro em todo o Egito.
Quase todos os detidos estão em prisão preventiva ou sob custódia policial, apenas cinco pessoas foram libertadas e outras quatro foram absolvidas de todas as acusações, segundo a fonte.
Foram também contabilizados 36 casos de "desaparecimentos forçados".
Esta nova onda de detenções começou em princípios de outubro, após uma convocatória anónima de protesto programado para 11 de novembro, durante a COP27, mas que não se realizou.
De facto, enquanto o país africano celebrava a cimeira climática entre 06 e 19 de novembro, as autoridades detiveram cerca de 420 pessoas, de acordo com a fonte.
A maioria dos detidos foram acusados de "difundir notícias falsas" ou de "pertença a um grupo terrorista", acusações que as autoridades egípcias usam habitualmente contra ativistas, dissidentes e críticos do Governo.
As manifestações foram convocadas perante o crescente descontentamento da população egípcia com o Governo do presidente Abdelfatah Al Sisi, e perante a aguda crise económica que atravessa o país, marcada pela inflação e pela desvalorização da moeda local, que desde março já perdeu quase metade do seu valor.
Milhares de pessoas permanecem presas no Egito por expressar as suas opiniões, de acordo com ONG como a Amnistia Internacional, enquanto a Human Rights Watch estima que até 60 mil pessoas tenham sido detidas por razões políticas no Egito desde que Al Sisi chegou ao poder em 2013.
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