Nove pessoas morreram em incêndios, nas últimas 24 horas, depois de terem quebrado regras de segurança, enquanto tentavam aquecer as suas casas, após inúmeros ataques russos terem destruído infraestruturas de energia nos últimos tempos.
A informação é avançada pelo serviço de emergência estatal ucraniano, esta quarta-feira, citado pela agência Reuters.
"Só no último dia houve 131 incêndios na Ucrânia, 106 deles em residências Nove pessoas morreram e oito ficaram feridas", afirmou o serviço, em comunicado.
As situações de incêndio e explosões em edifícios residenciais e privados aumentaram “devido ao incumprimento das regras de segurança contra incêndios, o uso de produtos não certificados para aquecimento”, nomeadamente pelo uso de “geradores em varandas, botijas de gás em apartamentos e velas acesas”.
Na nota, foi pedido aos ucranianos para terem mais cuidado nas suas habitações e explicarem os riscos de incêndio às crianças.
Recorde-se que a Rússia tem promovido, desde o início de outubro, uma vaga de ataques em massa de mísseis contra a infraestrutura de energia em toda a Ucrânia.
Segundo dados citados pelo Governo ucraniano, entre 25% e 30% deste tipo de infraestruturas ficou danificada.
Na semana passada, a administração da empresa estatal de eletricidade, Ukrenergo, revelou que o nível de destruição da rede energética da Ucrânia é "colossal" e praticamente não há centrais térmicas e hidroelétricas no país que não tenham sido atacadas pelas forças russas.
Volodymyr Kudritski, CEO da Ukrenergo, acrescentou que, após seis ataques à infraestrutura energética do país pela Rússia, "praticamente não há centrais térmicas e hidroelétricas intactas na Ucrânia".
O administrador da empresa estatal explicou que quase não há subestações nodais da Ukrenergo intactas, referindo que todas as grandes instalações "já foram atingidas por explosões, e algumas delas por várias vezes".
Kudritski insistiu na necessidade de os cidadãos se prepararem para possíveis cortes de energia, mas insistiu em tratar os apagões como um procedimento técnico.
"Um apagão não é o fim do mundo. É o desligamento total ou substancial do sistema elétrico, após o qual o serviço é retomado", explicou o responsável da Ukrenergo.
"Temos de estar preparados para alguns apagões longos, que excederão quatro horas. Em alguns casos, como após o mais recente ataque, durou até um dia ou mais, em algumas regiões", concluiu Kudritski.
Leia Também: Energia reestabelecida para mais de 40% dos habitantes em Kherson