China admite que Ómicron é menos virulenta e sugere fim de 'zero covid'

A vice-primeira-ministra chinesa encarregue de supervisionar as políticas de prevenção epidémica reconheceu hoje que o país se encontra numa "situação nova" e que a virulência da covid-19 "está a enfraquecer", sinalizando o fim da estratégia 'zero casos'.

Notícia

© Lusa

Lusa
01/12/2022 09:22 ‧ 01/12/2022 por Lusa

Mundo

Sun Chunlan

Sun Chunlan "ouviu as opiniões e sugestões dos especialistas" da Comissão Nacional de Saúde da China sobre como "aprimorar as medidas de contenção", informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Além de a variante Ómicron da covid-19 ter uma virulência "reduzida", a responsável salientou que "cada vez mais pessoas estão a ser vacinadas" e que "está a ser acumulada maior experiência na contenção do vírus".

Foi a Sun - a única mulher no Politburo do Partido Comunista Chinês, até ao 20.º Congresso da organização, que se realizou em outubro passado - que coube o papel de se deslocar às cidades que registavam surtos do novo coronavírus, para instar à imposição de confinamentos e restrições, nos últimos dois anos.

A responsável pediu agora esforços para "otimizar" a resposta contra a covid-19 e "melhorar" as medidas de diagnóstico, deteção, tratamento e quarentena, exigindo que o sistema de saúde aumente as reservas de medicamentos e outros recursos, para o tratamento de pacientes.

A reunião de Sun com os especialistas ocorreu após um fim de semana marcado por protestos em várias cidades da China, contra a estratégia de 'zero casos' de covid-19.

A política da China inclui a imposição de bloqueios em bairros ou cidades inteiras, que podem demorar semanas ou meses, a realização constante de testes em massa, e o isolamento de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos em instalações designadas, muitas vezes em condições degradantes.

Esta estratégia gerou uma sucessão de tragédias e casos de abuso da autoridade, culminando em protestos em larga escala, suscitados por um incêndio mortal, num prédio na cidade de Urumqi, no noroeste da China, na sexta-feira passada. Os manifestantes dizem que os bloqueios no bairro, no âmbito das medidas de prevenção epidémica, atrasaram o acesso do camião dos bombeiros. Os moradores também não conseguiram escapar do prédio, cuja porta estava bloqueada.

Até à data, a liderança chinesa justificou as medidas extremas com o facto de a China ter uma grande população, níveis desiguais de desenvolvimento entre regiões e "recursos médicos insuficientes".

Segundo dados oficiais, desde o início da pandemia morreram 5.233 pessoas na China devido a infeção pelo novo coronavírus. Estudos sustentam que a estratégia chinesa salvou milhões de vidas.

Leia Também: China. Plano de vacinação é esperança na redução medidas anticovid

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas