"Ao mesmo tempo [os deputados alemães] silenciam que a terrível fome não grassava não apenas na Ucrânia, mas também em todo o território do nosso país, ceifando milhões de vidas", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado publicado no seu 'site'.
Segundo a diplomacia russa, os legisladores da coligação que governa a Alemanha resolveram "apoiar esse mito político-ideológico (genocídio) encorajado pelas autoridades ucranianas por iniciativa de forças ultranacionalistas, nazistas e russofóbicas".
"Estamos perante uma nova tentativa de justificar e promover a campanha de demonização da Rússia levada a cabo pela Ucrânia", enfatizou.
Segundo Moscovo, a "ação provocatória" do parlamento alemão (Bundestag) tem uma causa óbvia: "Os alemães estão a tentar reescrever sua história e esquecer o arrependimento pelos horrores da Segunda Guerra Mundial".
No texto aprovado pela câmara baixa do Bundestag sublinha-se que a morte de milhões de ucranianos pela fome (Holodomor) não foi o resultado de más colheitas, mas antes responsabilidade do Governo soviético, então chefiado por Estaline.
Para consolidar o seu poder e impulsionar a industrialização da União Soviética a qualquer custo, o regime de Estaline confiscou colheitas, deportou camponeses e usou a fome como punição, bloqueando as regiões afetadas para impedir a fuga dos famintos, continua.
"Apenas no inverno de 1932-1933 morreram de fome na Ucrânia entre três e 3,5 milhões de pessoas", lembra a moção, que assinala ainda que o massacre visava também reprimir a consciência nacional ucraniana.
A moção conclui instando o Governo a apoiar a comemoração das vítimas do Holodomor e a impedir as tentativas da Rússia de impor sua narrativa histórica "unilateral" sobre os acontecimentos.
Vários parlamentos de países europeus reconheceram o Holodomor como genocídio, incluindo os dos países bálticos, Polónia, Hungria, República Checa ou Portugal.
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