EUA. Irão, grupo Wagner e talibãs na lista negra de liberdade religiosa

O Governo dos Estados Unidos anunciou hoje a sua 'lista negra' de países e organizações que atentam contra a liberdade religiosa, nela incluindo Cuba, China, Irão, Rússia, o grupo Wagner e os talibãs, entre outros.

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Lusa
02/12/2022 19:50 ‧ 02/12/2022 por Lusa

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"Em todo o mundo, os Governos e atores não-estatais perseguem, ameaçam, prendem e até matam pessoas por causa das suas crenças. Em alguns casos, coartam a liberdade de religião das pessoas para aproveitar oportunidades de obtenção de benefícios políticos", declarou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

"Esses atos semeiam a divisão, minam a segurança económica e ameaçam a estabilidade política e a paz", disse Blinken, num comunicado em que sublinhou que "os Estados Unidos não ficarão de braços cruzados perante tais abusos".

Esta 'lista negra' anualmente elaborada pelo Departamento de Estado norte-americano tem este ano vários "repetentes", como Myanmar, China, Eritreia, Irão, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Arábia Saudita, Tajiquistão e Turquemenistão, países que acusa de cometerem ou tolerarem "violações especialmente graves da liberdade religiosa".

A inclusão, este ano, de Cuba e da Nicarágua representa mais um passo na degradação das relações do Governo do Presidente norte-americano, Joe Biden, com o de Havana, liderado por Miguel Díaz-Canel, e o de Manágua, presidido por Daniel Ortega.

Existe ainda outra lista, neste momento composta por países que estão sob monitorização nesta matéria, por terem cometido ou tolerado perseguição religiosa: Argélia, República Centro-Africana, Ilhas Comores e Vietname.

Quanto às entidades não-estatais, Washington destacou grupos terroristas como Al-Shabab, Boko Haram, Hayat Tahrir al-Sham -- antiga Frente Al-Nusra, braço da Al-Qaida na Síria -- e diversos grupos associados ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), como o da Província da África Ocidental e o do Grande Saara.

Os restantes atores listados são os Huthis, do Iémen, os talibãs e o grupo de mercenários Wagner, com ligações ao Kremlin.

Washington termina o comunicado frisando que continuará a "vigiar cuidadosamente" o estado da liberdade religiosa "em todos os países do mundo", advertindo de que defenderá quem for alvo de perseguição ou discriminação por esse motivo.

A lei da Liberdade Religiosa Internacional, de 1998, obriga o Governo norte-americano a elaborar anualmente a lista de países do mundo que cometem "violações graves contra a liberdade religiosa", como encarceramento, tortura e desaparecimentos forçados de pessoas devido às suas crenças.

Os países incluídos na lista estão sujeitos a possíveis sanções, como o cancelamento de intercâmbios científicos e culturais, a suspensão da ajuda ao desenvolvimento, o bloqueio de empréstimos e restrições a exportações.

Leia Também: Polarização na religião transforma eleições brasileiras em "conflito"

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