O anúncio foi feito no final da terceira sessão do "diálogo intercongolês", que reuniu, durante oito dias, em Nairobi, representantes de cerca de 50 grupos armados, do Governo e da sociedade civil.
O movimento 23 de Março (M23), que lidera uma ofensiva no leste do país e que Kinshasa descreve como um movimento "terrorista", não participa nestas discussões.
"Em janeiro terá lugar uma reunião em Goma e Bunia para avaliar os progressos (realizados) e começar a abordar a agenda a médio e longo prazo", disse a EAC, que está a mediar as conversações, através de uma declaração.
Os participantes também reiteraram o seu acordo a uma "cessação contínua das hostilidades, bem como à libertação das crianças-soldado e ao acesso à ajuda humanitária", acrescentou a organização.
"Estamos satisfeitos com os progressos que fizemos. Não estamos a dizer que terminámos tudo, mas passámos certas fases", disse o ex-presidente queniano Uhuru Kenyatta, que está a trabalhar como "facilitador" do processo de Nairobi, sem dar mais pormenores.
"Espero que quando nos voltarmos a encontrar em Goma -- o que deverá acontecer entre janeiro e fevereiro - possamos informar sobre os progressos nos pontos que acordámos aqui", acrescentou.
A terceira reunião realiza-se no meio de uma nova onda de violência no leste da RDCongo, com origem no M23, que Kinshasa acusou na segunda-feira de massacrar cerca de 300 civis no final de novembro. Os combates são o tema de negociações separadas, organizadas por Angola.
Uma antiga rebelião tutsi derrotada em 2013, o M23 voltou a pegar em armas em novembro de 2021 e, nos últimos meses, conquistou grandes extensões de território a norte de Goma, capital da província do Kivu do Norte.
A recente ofensiva do M23 está a alimentar as tensões diplomáticas entre a RDCongo e o Ruanda, ambos membros da EAC.
Kinshasa acusa o Ruanda de prestar apoio ao M23, que os peritos das Nações Unidas e funcionários dos Estados Unidos da América também apontaram nos últimos meses. Kigali contesta, acusando Kinshasa de conluio com a FDLR, rebeldes hutus ruandeses que estão na RDCongo desde o genocídio de tutsi em 1994, no Ruanda.
A EAC está a trabalhar para estabilizar o leste da RDCongo, que tem sido flagelada pela violência de mais de 100 grupos armados, há quase 30 anos.
Os sete países-membros da EAC (Burundi, Quénia, RDCongo, Ruanda, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda) decidiram, em junho, enviar uma força regional, que começou a ser destacada.
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