Alyssa, de 13 anos, foi diagnosticada com leucemia linfoblástica aguda de células T, em maio de 2021. Recorreu, sem sucesso, a vários tratamentos convencionais, como quimioterapia e um transplante de medula óssea. Sem mais opções, a adolescente de Leicester, no Reino Unido, foi alvo de um tratamento revolucionário, em maio de 2022, e há seis meses que está em remissão.
Depois de ponderar sobre a participação no ensaio clínico, Alyssa e a família decidiram arriscar, tendo obtido resultados que poderão abrir a porta para um novo tratamento.
“Assim que o faça, as pessoas saberão o que necessitam de fazer, de uma forma ou de outra. Por isso, fazer isto vai ajudar pessoas – claro que o vou fazer”, explicou a menina, em comunicado do hospital Great Ormond Street, em Londres.
A adolescente de 13 anos foi a primeira no mundo a receber este tratamento pioneiro, que consistiu numa transfusão de células T de um dador saudável, editadas com recurso a uma nova tecnologia, que destruiu as células cancerígenas. Sem este resultado que, 28 dias depois, permitiu que a menina recebesse um segundo transplante de medula óssea, o próximo passo seria cuidados paliativos, segundo os investigadores da unidade de saúde.
Alyssa está, agora, a recuperar em casa, ainda que continue a ser monitorizada pela equipa de cientistas.
“Estamos nas nuvens. É fantástico”, confessou a mãe da menina, Kiona, na mesma nota.
A progenitora foi mais longe, adiantando esperar que o caso de Alyssa “prove que as investigações funcionam e que podem oferecer mais às crianças – tudo isto teve de acontecer por alguma razão”, disse.
“Esta é uma grande demonstração de como, com equipas e infraestruturas especializadas, podemos ligar as tecnologias de ponta no laboratório a resultados reais no hospital. É a nossa engenharia celular mais sofisticada até agora, [que] abre caminho para novos tratamentos e melhores futuros para as crianças doentes”, considerou o imunologista Waseem Qasim, um dos cientistas à frente do projeto.
A equipa procura, agora, 10 outros doentes que, à semelhança de Alyssa, esgotaram todas as opções de tratamento, para expandir a investigação. Caso os resultados sejam favoráveis, os cientistas esperam aplicar a tecnologia não só a doentes com leucemia, mas também com outras patologias.
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