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Um morto e cinco feridos nas manifestações contra destituição de Castillo

Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas nas manifestações na cidade peruana de Andahuaylas, contra a destituição do ex-presidente Pedro Castillo e por eleições gerais antecipadas, confirmou hoje o governador da região peruana de Apurímac, Baltazar Lantarón.

Um morto e cinco feridos nas manifestações contra destituição de Castillo
Notícias ao Minuto

00:03 - 12/12/22 por Lusa

Mundo Peru

Numa entrevista ao Canal N, citado pela agência EFE, Lantarón disse que o morto, um jovem, foi levado para um centro de saúde com uma ferida aparente no pescoço e que a sua identidade seria confirmada nos próximos minutos.

Acrescentou que, devido aos protestos, estão a pedir à Presidente Dina Boluarte que estabeleça uma mesa de diálogo naquela cidade para resolver as exigências dos manifestantes, uma vez que hoje à meia-noite começa uma greve sem prazo para terminar.

"Nós, como governo regional, estamos a canalizar as exigências da população para a Presidente da República, tais como as eleições antecipadas e o encerramento do Congresso", acrescentou Lantarón.

Perante a agitação na cidade, a autoridade regional anunciou que as aulas foram suspensas a partir de segunda-feira e que decidiram encerrar entidades públicas para "evitar ataques" às suas instalações, bem como mercados e empresas privadas.

Lantarón reiterou que pedem ao Conselho de Ministros "que crie um conselho de emergência" em Andahuaylas "o mais rapidamente possível" para "tomar medidas imediatas", defendendo que não se deve "esperar por mais mortes antes de tomar decisões tardias".

Salientou que os manifestantes naquela região do país são organizações sociais, compostas na sua maioria por agricultores, que apelam a uma greve a partir de segunda-feira em toda a região Apurímac, que tem a extração de cobre como uma das suas principais atividades.

"É importante que este novo governo tenha estes conflitos sociais como uma agenda prioritária", disse a autoridade regional.

Horas antes das declarações do governador, a Corporação Peruana de Aeroportos e Aviação Comercial (Corpac) anunciou o encerramento do aeroporto de Andahuaylas devido à desordem e ao incêndio de parte das suas instalações, causado por manifestantes.

Numa declaração partilhada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, a Corpac afirmou que o terminal "tem sofrido ataques e atos de vandalismo" desde a tarde de sábado, que afetaram a pista e o equipamento essencial para a prestação de serviços de navegação aérea.

Do mesmo modo, "incendiaram a sala do transmissor, a sala do combustível" e cercaram o terminal, onde estão estacionados 50 membros da Polícia Nacional e trabalhadores da Corpac, acrescentou a fonte oficial.

Neste sentido, a empresa estatal pediu o reforço da Polícia Nacional no local para proteger as vidas das pessoas que estão "a ser mantidas reféns".

As manifestações, que ocorreram em várias cidades do norte e sul dos Andes pelo quarto dia consecutivo, exigem a demissão de Dina Boluarte e novas eleições após o falhado golpe e a detenção do antigo presidente Pedro Castillo, bem como a sua libertação.

Castillo foi detido pelo seu próprio guarda-costas a caminho da embaixada mexicana, onde ia procurar asilo político. É acusado de "rebelião".

Dina Boluarte, que foi vice-presidente até à sua tomada de posse na quarta-feira, depois de Pedro Castillo ter sido deposto, formou um governo no sábado.

A exigência de novas eleições está associada a uma rejeição maciça do Congresso: de acordo com as sondagens de novembro, 86% dos peruanos desaprovam o parlamento.

Na sexta-feira, Boluarte não excluiu a convocação de eleições antecipadas para encontrar uma saída pacífica para a crise política e pediu à população para permanecer calma.

Leia Também: Aumentam protestos no Peru pela libertação do antigo presidente

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