O líder da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou esta segunda-feira ser "muito preocupante" as alegadas suspeitas de corrupção que pendem sobre membros do Parlamento Europeu, na sequência de uma investigação belga que denunciou o caso, reporta a Reuters.
"Obviamente, as notícias são muito preocupantes", considerou Josep Borrell, em declarações proferidas à chegada de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia. E acrescentou: "Estamos perante alguns acontecimentos, alguns factos que, obviamente, também me preocupam enquanto ex-presidente do Parlamento Europeu".
Esta posição surge depois do anúncio da referida investigação, no âmbito da qual foram levadas a cabo rusgas e detenções que estarão relacionados com um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro pelo Qatar, numa tentativa de lóbi do regime para melhorar a imagem do país junto das autoridades europeias.
Os procuradores revistaram 16 casas e apreenderam 600 mil euros em Bruxelas, na sexta-feira. O trabalho policial resultou ainda na detenção de seis pessoas, entre as quais se destaca Eva Kaili, atual vice-presidente do Parlamento Europeu.
A instituição europeia optou, nomeadamente, por suspender as funções desta socialista grega, na sequência da investigação levada a cabo pelas autoridades belgas. Também o PASOK, o partido social-democrata grego, optou por tomar uma posição semelhante.
De acordo com a informação agora avançada pela Procuradoria Geral da Bélgica, duravam já há meses as suspeitas de que o país do Golfo Pérsico estaria a tentar influenciar a tomada de decisões em Bruxelas.
Uma fonte com conhecimento do caso veio, entretanto, confirmar que o país em causa seria o atual anfitrião do Campeonato Mundial de Futebol.
Porém, um funcionário do Catar veio, no fim de semana, negar as acusações de má conduta. "Qualquer associação do governo do Qatar com as alegações relatadas é infundada e gravemente desinformada", referiu a mesma fonte.
Esta notícia surgiu precisamente numa altura em que o Parlamento Europeu se prepara para votar, esta semana, uma proposta com vista a alargar a isenção de vistos de curta duração para os viajantes do Kuwait, Qatar, Omã e Equador. Perante esta investigação belga, alguns legisladores sugeriram que o debate e a votação fossem adiados.
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