Eva Kaili, a eurodeputada grega que foi detida pela polícia belga na passada sexta-feira por suspeitas de participação num esquema de corrupção com o Qatar, foi destituída do seu cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu.
"O Parlamento Europeu decidiu, esta terça-feira, pôr termo ao mandato de vice-presidente de Eva Kaili", lê-se num comunicado publicado no website próprio, onde se lê que a decisão de cessar antecipadamente o mandato de Eva Kaili, "fazendo com que deixe de ser um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu", foi aprovada por 625 votos a favor, 1 contra e 2 abstenções, representando uma dupla maioria de dois terços dos votos expressos e uma maioria dos deputados que compõem o Parlamento.
A votação foi realizada ao abrigo do artigo 21.º das regras de procedimento do PE, na sequência de investigações que as autoridades belgas estão a realizar no âmbito de suspeitas de corrupção que envolvem a eurodeputada helénica, entre outros suspeitos.
O procedimento foi desencadeado por uma decisão da Conferência dos Presidentes (presidente do PE e líderes dos grupos políticos) no início da manhã desta terça-feira, que aprovou a decisão por unanimidade.
Kaili, que era uma das 14 vice-presidentes do Parlamento Europeu, foi uma das quatro pessoas detidas e acusadas na Bélgica durante o fim de semana, por alegada participação numa organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção relacionada com o Qatar, país anfitrião da edição de 2022 do Mundial de futebol.
A investigação foi aberta pela justiça belga, por suspeitas de um lóbi ilegal do Qatar para influenciar decisões políticas do Parlamento Europeu.
"[Eva Kaili] não tem nada a ver com o financiamento do Qatar, nada, explicitamente e inequivocamente. Essa é a posição dela", disse Michalis Dimitrakopoulos, advogado que representa Kaili na Grécia, à Open TV. A grega, que está em prisão preventiva na Bélgica, "não exerceu nenhuma atividade comercial na sua vida", explicou o advogado.
[Notícia atualizada às 12h24]
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