Kyiv e AIEA de acordo sobre missão nas centrais nucleares do país

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) alcançou um acordo com a Ucrânia sobre o envio de especialistas a todas as centrais nucleares do país, tendo reiterado os pedidos para o estabelecimento de uma área de segurança na de Zaporijia. 

Notícia

© Reuters

Lusa
13/12/2022 12:49 ‧ 13/12/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Chegámos a um acordo sobre o envio de missões de segurança da AIEA para todas as centrais nucleares da Ucrânia", disse o diretor-geral da agência das Nações Unidas, o argentino Rafael Grossi, após um encontro com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, em Paris. 

"Continuam os trabalhos para o estabelecimento da zona de proteção da central nuclear de Zaporijia", disse Grossi referindo-se aos riscos de bombardeamentos nas zonas próximas e que podem causar um acidente na maior instalação atómica da Europa.

O anúncio de Grossi foi difundido hoje através da rede social Twitter, tendo o governo da Ucrânia secundado a declaração. 

"A AIEA vai enviar missões técnicas permanentes a todas as centrais nucleares da Ucrânia", indicou Shymhal.  

"Também discutimos a desmilitarização da central nuclear de Zaporijia. É necessário travar as ações ilegais da Rússia na central ucraniana", frisou o chefe do Executivo. 

As instalações desta central, ocupada pelo Exército russo, sofreram danos e o abastecimento elétrico foi afetado, prejudicando tarefas essenciais de segurança, como o funcionamento de refrigeração dos reatores.  

A Rússia e a Ucrânia têm emitido acusações mútuas sobre os bombardeamentos das zonas próximas da central de Zaporijia.

Anteriormente, uma missão da AIEA referiu a presença de equipamento militar russo nesta central, tendo pedido a Moscovo para retirar o arsenal. 

Shymal e Grossi participam em Paris na conferência "Solidariedade para com o Povo Ucraniano", organizada pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.

A conferência pretende debater e conseguir respostas sobre necessidades imediatas da população da Ucrânia nos setores dos transportes, energia, abastecimento de água, alimentação e cuidados de saúde.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: EUA querem que Irão responda sobre urânio enriquecido não declarado

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas