Um juiz do tribunal de Dacar "acaba de assinar a ordem de libertação provisória sob controlo judicial com retirada do passaporte, proibição de viajar e comunicação sobre o caso", disse Ciré Clédor Ly, advogado de Pape Alé Niang, numa mensagem enviada à agência France-Presse.
Niang entrou em greve de fome em 02 de dezembro para protestar contra a sua prisão e Ly não referiu se com a libertação a greve de fome iria terminar.
Niang foi transferido para uma clínica privada em Dacar na noite de 09 para 10 de dezembro, na sequência de uma deterioração da sua saúde, de acordo com a sua defesa.
O jornalista foi libertado na terça-feira para ser levado de volta para a prisão, de acordo com a imprensa local.
O editor do jornal 'online' Dakar Matin foi detido em 06 de novembro e acusado em 09 de novembro de "divulgar informações suscetíveis de prejudicar a defesa nacional", "ocultar documentos administrativos e militares" e "divulgar notícias falsas suscetíveis de desacreditar as instituições públicas".
De acordo com os sindicatos de imprensa, as autoridades acusaram Niang de divulgar mensagens confidenciais sobre os dispositivos de segurança relativos ao interrogatório do principal opositor político, Ousmane Sonko, em 03 de novembro, num caso de alegada violação, e de ter apelado para que as pessoas saíssem à rua.
As mensagens divulgadas sobre a convocatória foram amplamente partilhadas nas redes sociais. Os investigadores e os advogados de Niang não especificaram quais foram os documentos que levaram o jornalista a ser implicado.
A detenção do jornalista levou a uma onda de críticas às autoridades por parte da imprensa e da sociedade civil. Muitas organizações de direitos humanos e a oposição têm apelado à sua libertação.
O Senegal ocupa o 73.º lugar entre 180 países no mais recente índice de liberdade de imprensa compilado pela organização Repórteres sem Fronteiras (RSF). Desde 2021, o país já desceu 24 lugares.
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