"Temos vindo a recuperar gradualmente a normalidade nas estradas, nos aeroportos, nas cidades. Tudo está a voltar à normalidade", informou Manuel Gómez de la Torre, durante uma conferência de imprensa na capital peruana.
Gómez afirmou que membros das Forças Armadas e da Polícia Nacional sofreram ataques por parte de manifestantes, assegurando que os operacionais vão "permanecer firmes" na tentativa de manter a normalidade.
O chefe das Forças Armadas sublinhou que a sua missão durante o estado de emergência nacional decretado pelo Governo tem sido a de salvaguardar os bens públicos atacados por grupos que, na sua versão, estão a praticar ações "terroristas".
"Não se pode destruir prédios do Ministério Público, do Ministério da Justiça. Não se pode limitar a lotação dos aeroportos. Como é que os cidadãos se vão movimentar?", disse Gómez, prometendo a proteção do Peru.
Gómez também elogiou a iniciativa de milhares de cidadãos que, perante os atos de violência, organizaram marchas de forma pacífica, para exigir o fim da violência no país.
Nas últimas semanas, os peruanos têm saído para as ruas em diversas partes do país para contestar a detenção do ex-Presidente Pedro Castillo, em 07 de dezembro, após este ter tentado dissolver o parlamento, no que foi entendido como uma tentativa de golpe.
As autoridades estimam que pelo menos 20 pessoas morreram e outras 63 terão ficado feridas na sequência dos confrontos ocorridos entre manifestantes e forças de segurança.
Os manifestantes pedem à nova Presidente do Peru, Dina Boluarte, a libertação do Presidente deposto Pedro Castillo, a dissolução do Congresso e a convocação de novas eleições gerais.
Cerca de 5.000 turistas estão presos na cidade de Cusco, devido aos protestos.
E o Governo português afirmou na sexta-feira, através do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, estar a diligenciar a retirada o mais rápido possível de 65 turistas portugueses que estão no Peru.
A Presidente do Peru, Dina Boluarte, garantiu hoje que irá permanecer em funções e criticou o parlamento por impedir a antecipação de eleições gerais, medida que poderia travar os protestos provocados pela destituição do ex-chefe de Estado Pedro Castillo.
O Governo peruano decretou o estado de emergência a nível nacional, por um período de 30 dias, em resposta aos protestos em apoio a Castillo.
Perante o clima de tensão vivido no país, as autoridades peruanas têm apelado à população e às forças de segurança para tentarem evitar a repetição dos confrontos sangrentos dos últimos dias.
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