Membros do grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) tinham sido presos por suspeita de prática de atos terroristas, mas no domingo acabaram por se apoderar das armas dos polícias que os interrogavam.
Na sequência do sequestro, os talibãs exigem entrar no Afeganistão, refere um comunicado de Muhammad Ali Saif, porta-voz do governo provincial de Khyber Pakhtunkhwa, zona do Paquistão onde o TTP está mais implantado.
Apesar de uma operação policial que tinha como objetivo o restabelecimento da ordem na esquadra, os sequestradores mantêm-se no local mantendo os agentes como reféns, disse um alto responsável do governo em Bannu, zona de fronteira com o Afeganistão.
"Eles querem uma passagem terrestre segura ou meios aéreos e pretendem levar os reféns para os libertarem mais tarde, junto da fronteira ou mesmo depois de entrarem em território afegão", acrescentou a mesma fonte, que pediu anonimato.
O TTP já reivindicou a tomada de reféns e no mesmo comunicado exige às autoridades paquistanesas os meios necessários para alcançarem o Afeganistão.
"Caso contrário, a situação [do que pode vir a acontecer] passa a ser inteiramente dos militares paquistaneses", refere o comunicado dos sequestradores.
Em imagens publicadas nas redes sociais, que o responsável governamental confirma mostrar os reféns, os sequestradores dizem que mantêm "presas" oito pessoas, entre militares e polícias.
O TTP, um grupo distinto dos talibãs afegãos mas que defende a mesma "ideologia", tinha acordado um cessar-fogo com Islamabad.
O grupo foi formado em 2007 e até 2014 cometeu vários atentados no Paquistão tendo ressurgido após a tomada de Cabul pelos talibãs afegãos, em agosto de 2021.
Entre outras operações, em 2012 e 2013, dezenas de talibãs fortemente armados libertaram um total de mais de 600 prisioneiros que se encontravam na prisão da cidade de Bannu.
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