Putin consultou repetidamente o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Gerasimov, e o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, sobre a invasão, revelou o principal diretor da Inteligência ucraniana, Vadim Skibitskyi, citado pela agência Europa Press.
Segundo Skibitskyi, teriam sido as autoridades do Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia, encarregadas de trabalhos de contraespionagem e espionagem, entre outros, que pressionaram Gerasimov e as demais autoridades militares a darem o aval para o início da ofensiva.
Ainda de acordo com os serviços secretos ucranianos, o FSB considerou que já tinha sido realizada preparação suficiente até ao final de fevereiro para garantir o sucesso das Forças Armadas russas na invasão relâmpago.
No entanto, segundo Kyiv, o Estado-Maior russo terá fornecido suprimentos e munições às tropas russas para apenas três dias, na perspetiva que a ofensiva seria rápida e imediatamente bem-sucedida.
O responsável pela inteligência ucraniana sublinhou também a colaboração dos residentes locais, que têm fornecido sempre às autoridades ucranianas informações relevantes sobre o Exército russo, como o número de militares ou a localização exata das tropas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou pelo menos 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões de refugiados para países europeus, pelo que as Nações Unidas classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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