Em pleno Dia de São Nicolau, celebrado na Ucrânia a 19 de dezembro, soldados da 10.ª Brigada de Assalto de Montanha das Forças Armadas daquele país vestiram-se a rigor para, numa Bakhmut dizimada pela guerra, trazer alguma alegria à população que ainda se encontra naquele epicentro do conflito.
As imagens, partilhadas pelo organismo militar, mostram o percurso realizado por um soldado vestido de São Nicolau, que oferece peluches, chocolates e livros a miúdos e graúdos.
A realidade da guerra é, contudo, evidente, à medida que o grupo de militares visita abrigos e ruínas espalhadas por aquela cidade na região do Donbass.
De notar que, na segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, salientou que Bakhmut é o “epicentro de toda a linha da frente”, com mais de “1.300 quilómetros” de combates ativos, no seu habitual discurso noturno.
“Desde maio que os ocupantes tentam quebrar a nossa Bakhmut, mas o tempo passa e Bakhmut está a quebrar não só o exército russo, como também os mercenários russos que vieram substituir o exército despedaçado dos ocupantes”, assegurou, dando conta de que Moscovo já perdeu 99 mil soldados desde o início da ofensiva.
No mesmo dia, o responsável disse que “as crianças ucranianas, nas suas cartas a São Nicolau, estão a pedir defesas aéreas, armamento e a vitória”, perante a cimeira em Riga, realizada pela chamada Força Expedicionária Conjunta, que reúne doze países nórdicos, bálticos e do norte da Europa.
“Uma vitória para elas, uma vitória para todos os ucranianos. Compreendem tudo, as nossas crianças. Deixem-nos agir”, disse, complementando que a vitória da Ucrânia representará uma “vitória para a Europa”, que “toda a gente espera”.
No entanto, Bakhmut não foi caso único. Também em Odessa, Mykolaiv, Donetsk, Chernihiv, Ivano-Frankivsk, e Zakarpattia os militares procuraram celebrar a data junto da população, naquele que foi um dia marcado por ataques na capital da Ucrânia, Kyiv, que foi atingida por mais de 20 drones, provocando dois feridos e causando danos não só a residências, como a infraestruturas essenciais.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo dados os mais recentes da Organização as Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.755 civis desde o início da guerra e 10.607 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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