Suspeito da morte de jornalista e ativista indígena detido no Brasil
O fugitivo suspeito de ser o cérebro por detrás dos assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do ativista indígena brasileiro Bruno Araújo, ocorridos em junho na Amazónia brasileira, foi na terça-feira novamente detido.
© Getty Images
Mundo Brasil
Segundo um comunicado da Polícia Federal, agentes da entidade "prenderam o fugitivo da justiça conhecido como 'Colômbia', que está a ser processado por ser o líder de uma associação criminosa dedicada à pesca ilegal".
"É de notar que 'Colômbia' é também suspeito do assassinato de Bruno Pereira Araújo e Dom Phillips, cuja investigação está ainda em curso", acrescentou a polícia, que ainda não está esclarecida quanto à identidade e nacionalidade do suspeito.
Quando foi ligado por testemunhas à morte do jornalista e do indigenista, "Colômbia" apresentou-se às autoridades com um bilhete de identidade peruano, mas também trazia um brasileiro em nome de Rubens Villar Coelho.
Por utilizar duas identidades, "Colômbia" foi detido e as autoridades identificaram-no mais tarde como Rubén Darío da Silva Villar, de nacionalidade colombiana, mas esta origem também não foi totalmente comprovada.
Em Outubro, após pagar 15.000 reais (cerca de 3.000 euros) de fiança, "Colômbia" obteve a liberdade condicional para responder à justiça com uma pulseira eletrónica e sem poder sair de Manaus, a capital regional do estado do Amazonas.
A sua deteção foi novamente decretada pela Justiça Federal de Tabatinga", na tripla fronteira partilhada pelo Brasil, Colômbia e Peru, "porque o prisioneiro não cumpriu as condições impostas à sua liberdade condicional", disse a polícia.
Relatórios indicavam que "Colômbia" tinha regressado à cidade de Benjamin Constant para continuar as suas atividades de pesca ilegal, e por este motivo o sistema judicial revogou a sua liberdade condicional.
Segundo as autoridades, "Colômbia" regressará "ao sistema prisional e para evitar uma nova fuga, a Polícia Federal solicitará a sua transferência para uma prisão federal de segurança máxima".
Após a confissão de dois dos sete acusados do duplo homicídio, os corpos de Phillips e Araújo foram encontrados sem vida perto de Atalaia do Norte, onde tinham viajado para recolher informações para o livro do jornalista britânico.
Phillips, um colaborador do The Guardian, escrevia sobre as ameaças contra os povos indígenas no Vale do Javari, uma das regiões com o maior número de grupos étnicos não contactados do mundo, onde a pesca e a caça furtiva coexistem com o tráfico de droga e a pirataria.
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