A France Presse cita um e-mail do conselheiro geral da ByteDance, Erich Andersen, a que teve acesso e que revela que vários funcionários da tecnológica chinesa tiveram acesso aos dados de dois jornalistas que escreveram sobre a empresa.
Segundo o e-mail, os funcionários pretendiam identificar ligações entre trabalhadores da Bytedance e um repórter do Financial Times e um ex-repórter da BuzzFeed, que cobriam assuntos relacionados com a empresa, recorrendo a informações obtidas em sigilo.
Os funcionários identificados pela Bytedance como tendo estado em contacto com esses jornalistas não trabalham mais para a empresa, refere o e-mail, sem dar mais detalhes sobre o número total de pessoas envolvidas.
Numa declaração feita à AFP, a ByteDance condenou a "iniciativa infeliz que violou gravemente o código de conduta da empresa".
Os endereços IP dos jornalistas foram obtidos para determinar se estes estariam no mesmo local que os colegas da ByteDance suspeitos de divulgar informações confidenciais, revelou um relatório interno transmitido por Erich Andersen.
Esta informação prejudica a imagem que o TikTok quer fazer passar a clientes e governos: de que é uma empresa segura e preocupada com a proteção dos dados dos utilizadores. Isto porque os críticos da aplicação de vídeo curtos têm salientado o facto de os dados serem acessíveis à ByteDance, empresa que controla a plataforma e teoricamente sujeita ao controlo do Partido Comunista da China.
Por outro lado, alguns especialistas consideram que estas preocupações são exageradas, apontando que agentes mal-intencionados podem ter acesso a esses dados, independentemente de quem seja o proprietário da plataforma.
O TikTok indicou este ano que armazenava todas as informações de utilizadores dos Estados Unidos naquele país.
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