"Um veículo aéreo ucraniano não tripulado foi abatido a baixa altitude ao aproximar-se do aeródromo militar Engels na região de Saratov", informou a agência noticiosa TASS, citando o Ministério da Defesa da Rússia.
Aquele aeródromo situa-se a cerca de 500 quilómetros a leste da Ucrânia.
O aparelho foi abatido à 1h35 (22h35 de domingo em Lisboa) pelos "meios de defesa antiaérea das Forças Aeroespaciais da Rússia" e "como resultado da queda dos destroços do 'drone', três técnicos russos que estavam no aeródromo foram mortalmente atingidos", acrescentaram as agências de notícias russas.
O Ministério da Defesa russo afirmou que a base aérea abriga os bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear Tu-95 e Tu-160 que estiveram envolvidos no lançamento de ataques à Ucrânia.
Nenhum dano foi causado às aeronaves russas, de acordo com o Ministério russo.
O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yurii Ihnat, falando hoje à televisão ucraniana, não reconheceu diretamente o envolvimento do seu país no incidente, mas disse: "Essas são as consequências da agressão russa".
"Se os russos pensaram que a guerra não os afetaria na retaguarda, estavam profundamente enganados", acrescentou Ihnat.
As autoridades ucranianas nunca confirmaram o uso de 'drones' contra a Rússia e mantiveram sempre uma posição ambígua em relação a ataques anteriores, incluindo a bases militares russas no início deste mês.
Em 5 de dezembro, ataques de 'drones' sem precedentes em Engels e na base de Dyagilevo na região de Ryazan, no oeste da Rússia, mataram um total de três militares e feriram mais quatro. Os ataques às bases aéreas foram seguidos por um grande ataque de mísseis de retaliação na Ucrânia que atingiu casas e edifícios e matou civis.
Na Ucrânia, pelo menos quatro civis ficaram feridos em bombardeamentos russos em cinco regiões do sudeste do país nas últimas 24 horas, de acordo com o vice-chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Kyrylo Tymoshenko. No geral, a intensidade do bombardeamento na noite de domingo para segunda-feira foi significativamente menor.
Pela primeira vez em semanas, as forças russas não bombardearam a região de Dnipropetrovsk, que faz fronteira com as regiões parcialmente ocupadas do sul de Kherson e Zaporijia, informou o seu governador, Valentyn Reznichenko, na rede social Telegram.
"Esta é a terceira noite tranquila em cinco meses e meio desde que os russos começaram a bombardear" as áreas ao redor da cidade de Nikopol, escreveu Reznichenko. Nikopol está localizada do outro lado do rio Dnieper, onde a central de Zaporijia, que está sob controlo das forças russas.
As áreas controladas pela Ucrânia na região vizinha de Kherson foram bombardeadas 33 vezes nas últimas 24 horas, de acordo com o governador ucraniano de Kherson, Yaroslav Yanushevich, sem registo de vítimas.
No domingo, as forças russas atacaram a cidade de Kramatorsk, onde estão sediadas as forças ucranianas. Três mísseis atingiram um complexo industrial e danificaram edifícios residenciais, mas nenhuma vítima foi relatada, de acordo com o relatório da Presidência ucraniana.
Na região oriental parcialmente ocupada de Donetsk, batalhas ferozes continuam ao redor da cidade de Bakhmut, que as forças russas estão a tentar tomar há semanas para consolidar o seu domínio no leste da Ucrânia.
Na região vizinha de Lugansk, que está quase totalmente sob o controle de Moscovo, as forças russas estão "a sofrer enormes perdas e as instalações médicas estão sobrecarregadas com soldados feridos", disse hoje o governador ucraniano de Lugansk, Serhiy Haidai, à televisão ucraniana.
O Exército russo está a deslocar paraquedistas da região de Kherson para esta área, disse Haidai.
No sábado, um ataque na cidade de Kherson, que foi retomada pelas forças de Kyiv no mês passado, matou e feriu dezenas de pessoas. Moradores locais estão a fazer fila para doar sangue para os feridos no ataque, sublinhou hoje o governador Yaroslav Yanushevich.
[Notícia atualizada às 11h23]
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