Ucrânia pede exclusão da Rússia do Conselho de Segurança da ONU

A Ucrânia pediu hoje a exclusão da Rússia das Nações Unidas, numa iniciativa com poucas hipóteses de sucesso, já que Moscovo tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU.

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Lusa
26/12/2022 15:01 ‧ 26/12/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"A Ucrânia pede aos Estados-membros da ONU (...) que privem a Federação Russa do seu estatuto de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e a excluam da ONU como um todo", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, em comunicado.

Para a diplomacia ucraniana, a Rússia "ocupa ilegalmente o lugar da URSS no Conselho de Segurança da ONU" desde 1991, quando se deu o desdobramento da antiga União Soviética em 15 novos países, argumentando que a "Rússia é uma usurpadora do lugar".

"As três décadas de presença ilegal na ONU foram marcadas por guerras e tomada de territórios de outros países, uma mudança forçada de fronteiras reconhecidas internacionalmente e tentativas de satisfazer as suas ambições neo-imperiais", frisou Kyiv no mesmo comunicado.

Numa mensagem na rede social Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acrescentou que "a presença da Rússia no Conselho de Segurança e na ONU como um todo é ilegítima".

A Rússia é um dos cincos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e tem poder de veto.

Estados Unidos da América, China, França e Reino Unido são os outros países que têm assento permanente neste órgão.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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