A Organização Internacional para as Migrações (OIM) anunciou, em comunicado divulgado na terça-feira, que irá apoiar "mais de 700.000 ucranianos durante o inverno", numa altura em que as "temperaturas em toda a Ucrânia desceram abaixo de zero e se espera que desçam ainda mais".
No comunicado citado, a missão da OIM na Ucrânia explicou estar a "intensificar os esforços para ajudar as pessoas deslocadas e afetadas pela guerra a lidar com as condições climatéricas frias", com recurso a "financiamento humanitário da União Europeia".
Em causa está uma assistência que, segundo a mesma fonte, será "multissectorial". O apoio incluirá, nomeadamente, a "remodelação de centros coletivos que acolhem pessoas deslocadas, a melhoria do abastecimento de água, das águas residuais e de sistemas de aquecimento, a reparação de casas danificadas, bem como a distribuição de cobertores de alta temperatura, kits de cama, colchões, e artigos de higiene". Mas também o "fornecimento de combustível sólido" e "assistência monetária que permita que as pessoas tenham meios flexíveis para se sustentarem durante o inverno", explica o comunicado.
Com este financiamento, a OIM compromete-se ainda a "armazenar bens críticos", com o intuito de assegurar que as "pessoas afetadas pela guerra na Ucrânia continuem a ser apoiadas" e que será possível "ajudar os parceiros" envolvidos na "resposta às necessidades urgentes no terreno".
No total, a missão da OIM na Ucrânia prevê que sejam realizados "trabalhos de reparação em 375 locais de acolhimento e instituições sociais, melhorando o isolamento, reparando telhados com fugas, substituindo janelas partidas, radiadores que não funcionam, e instalando chuveiros adicionais".
A organização internacional compromete-se ainda a "remodelar 5.800 casas particulares e distribuir kits de abrigo de emergência", de forma a que os cidadãos possam, eles próprios, "efetuar as melhorias necessárias". "Será fornecido combustível sólido para ajudar as famílias a permanecerem quentes durante o período frio", esclarece ainda o comunicado.
Segundo a OIM, a missão passa ainda por "apoiar os municípios em áreas recentemente reconquistadas pelo governo da Ucrânia, com materiais de construção e geradores".
De acordo com as estimativas do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), cerca de 18 milhões de ucranianos - o equivalente a 40% da população do país - necessitam de assistência humanitária.
O mais recente inquérito realizado pela OIM revelou, no entanto, que apesar dos múltiplos ataques às infraestruturas de fornecimento de eletricidade e de aquecimento do país, os ucranianos planeiam passar o inverno no local onde se encontram. Apenas 7% dos inquiridos está a ponderar seriamente abandonar esses locais.
Isto numa altura em que, segundo a mesma fonte, 43% das famílias ucranianas esgotaram completamente as suas poupanças por causa da guerra, trazendo-lhes desafios adicionais neste momento particularmente difícil.
A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, provocou já 6.884 vítimas mortais entre civis, embora o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACDH) alerte que o número deve ser "consideravelmente superior". Há ainda a considerar 10.947 civis feridos no contexto deste conflito.
Leia Também: AO MINUTO: Quase 7 mil civis mortos; Ano Novo sem cortes de energia?