Volmer sublinhou que a Estónia sempre esteve ao lado da Ucrânia, quando se trata de pedir sanções contra a Rússia, e reconheceu que o pedido de expulsão é "correto".
"Contudo, deve levar-se em conta que, infelizmente, a Ucrânia não tem muito apoio internacional nesta questão", lamentou o representante diplomático da Estónia.
Volmer reconheceu que a expulsão da Rússia do Conselho de Segurança da ONU e dos demais órgãos das Nações Unidas seria possível se mais países alinhassem com a posição da Ucrânia, que argumenta que Moscovo aproveitou a queda da antiga União Soviética para ocupar um lugar nesses órgãos.
"Não parece algo muito viável e que valha a pena tentar agora", insistiu Volmer, que também acredita que, se o assunto chegar à mesa do Conselho de Segurança, a Rússia fará valer o seu poder de veto.
O representante da Estónia considera que é precisamente este aspeto que impede a maioria dos países de admitirem a possibilidade de expulsar a Rússia neste momento, por não acreditarem que seja uma possibilidade "realista" tendo em conta a autoridade de Moscovo.
"A Rússia deve ser afetada onde é realmente viável, onde há algum apoio, onde podemos mantê-la longe dos processos de tomada de decisão no mundo", concluiu o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia.
Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia pediu a exclusão da Rússia das Nações Unidas.
"A Ucrânia pede aos Estados-membros da ONU (...) que privem a Federação Russa do seu estatuto de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e a excluam da ONU como um todo", afirmou a diplomacia ucraniana, num comunicado.
Para Kyiv, a Rússia "ocupa ilegalmente o lugar da URSS no Conselho de Segurança da ONU" desde 1991, quando se deu o desdobramento da antiga União Soviética em 15 novos países, argumentando que a "Rússia é uma usurpadora do lugar".
A Rússia é um dos cincos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e tem poder de veto.
Estados Unidos da América, China, França e Reino Unido são os outros países que têm assento permanente neste órgão.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro e que ainda prossegue, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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