Mali. Investimento no grupo Wagner "seria mais útil" em "desenvolvimento"
O Presidente argelino, Abdelmajid Tebboune, afirmou hoje que o dinheiro investido pela junta no Mali para comprar os serviços dos mercenários do grupo paramilitar russo Wagner seria "mais útil" se fosse investido em projetos económicos.
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Mundo Mali
"O dinheiro que esta presença custa estaria melhor colocado e seria mais útil se fosse para o desenvolvimento no Sahel", afirmou Tebboune, em entrevista ao diário Le Figaro, na sua edição de hoje.
O Mali foi palco de dois golpes militares em agosto de 2020 e maio de 2021. Embora nunca o tenha admitido, a junta é acusada de convocar o grupo Wagner enquanto pressionava a força militar francesa Barkhane a sair, após 9 anos de luta contra os terroristas.
"O terrorismo não é o que mais me preocupa, podemos derrotá-lo. Estou muito mais preocupado com o facto de o Sahel estar a afundar-se na miséria. A solução ali existente é 80% económica e 20% de segurança", acrescentou o Presidente da Argélia.
As tensões políticas no Mali andam de mãos dadas com uma grave crise de segurança em curso desde o desencadear, em 2012, de insurreições separatistas e rebeldes no norte do país.
Quase todos os grupos armados do Mali que assinaram o chamado acordo de paz de Argel em 2015, incluindo a ex-rebelião tuaregue, a Coordenação dos Movimentos Azawad (CMA), suspenderam na semana passada a sua participação, argumentando sobre a "persistente falta de vontade política" da junta de Bamako para a manter.
Os rebeldes continuam a combater o exército maliano e a sua violência alastrou ao Mali central, bem como ao vizinho Burkina Faso e ao Níger.
Os combatentes ligados ao grupo extremista Estado islâmico e à Al-Qaida continuam o seu avanço em direção ao Golfo da Guiné.
"A resolução da situação no local passa obviamente pela Argélia. Se tivéssemos sido ajudados na implementação do acordo de Argel, em 2015, para a pacificação desta área, não estaríamos aqui", vincou Tebboune, assumindo uma constante na diplomacia argelina.
"Para trazer a paz, o povo do norte do Mali deve ser integrado nas instituições "malianas, concluiu o Presidente argelino.
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